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Irã bloqueia negociações um dia antes de vencer prazo para acordo nuclear

Negociadores iranianos voltam atrás e afirmam que não vão se desfazer de seu estoque de urânio enriquecido. Eles também pedem o fim das sanções econômicas contra o país

Abbas Araqchi, vice-chanceler iraniano, durante reunião em Lausanne, na Suíça
Abbas Araqchi, vice-chanceler iraniano, durante reunião em Lausanne, na Suíça(EFE)
A apenas um dia de vencer o prazo para fechar um acordo nuclear com, os negociadores iranianos interromperam as negociações, reporta o The New York Times (NYT) nesta segunda-feira. O principal ponto da discórdia foi uma proposta que previa o envio do combustível atômico iraniano para ser guardado em outro país. O Irã, que já tinha concordado com esse ponto do plano, voltou atrás e congelou as negociações.
Durante meses, o Irã concordou provisoriamente que enviaria uma grande parcela de seu estoque de urânio para a Rússia, onde ficaria inacessível para uso em qualquer programa com fins bélicos. Mas o vice-chanceler iraniano, Abbas Araqchi, neste domingo, descartou a proposta e afirmou que seu país não iria abrir mão de um material que consumiu bilhões de dólares e muitos anos trabalho. "A exportação de nossa reserva de urânio enriquecido não está em nosso programa, e não temos a intenção de enviá-la ao exterior", Araqchi.
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Autoridades ocidentais envolvidas na negociação confirmaram que o Irã estava se recusando a transportar o combustível, mas insistiram que havia outras formas de lidar com o material. A alternativa mais viável, segundo fontes ouvidas pelo NYT, é fazer com que o Irã aceite diluir seu combustível enriquecido a taxas menores que os atuais 20% - nível que deixa o país próximo da capacidade de produzir combustível para uma bomba atômica.
Além do destino do urânio enriquecido iraniano, Araqchi apontou outros dois problemas que ainda não foram resolvidos: as atividades nucleares que o Irã estará autorizado a desenvolver e o levantamento das sanções que pesam sobre a República Islâmica. O vice-chanceler e um dos membros da delegação que participa desta última rodada de negociações na cidade suíça de Lausanne ressaltou que para o Irã, a maior exigência é a eliminação de todas as sanções e resoluções das Nações Unidas que impõem restrições ao país como parte de um acordo nuclear e não como uma consequência da aplicação dele. "Já é hora do Grupo 5+1 tomar decisões duras e suspender todas as sanções", acrescentou, referindo-se ao grupo formado pelos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) mais a Alemanha.
Amanhã, terça-feira, termina o prazo acordado pelos negociadores para chegar a uma minuta que porá fim a uma longa década de conflito nuclear com a República Islâmica. Todos os ministros das Relações Exteriores do Grupo 5+1 estão desde a noite de ontem em Lausanne para buscar esse acordo nuclear com o Irã. Hoje está prevista a primeira reunião entre os iranianos e todas as grandes potências, que pode ser fundamental para chegar a um consenso, cujos detalhes técnicos e legais devem ser negociados nos próximos três meses para obter um acordo final.

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