Pular para o conteúdo principal

    PGR vai investigar doações de empreiteiras a partidos

    Segundo o jornal 'Folha de S. Paulo', MP fará varredura em ao menos R$ 62,6 mi em doações eleitorais oficiais em busca de irregularidades

    CODINOME MOCH - João Vaccari: homem de confiança do ex-presidente Lula, o tesoureiro era o elo financeiro entre os corruptos e os corruptores que atuavam na Petrobras
    CODINOME MOCH - João Vaccari: homem de confiança do ex-presidente Lula, o tesoureiro era o elo financeiro entre os corruptos e os corruptores que atuavam na Petrobras (VEJA.com/)
    Depois que delatores da Lava Jato indicaram que dinheiro desviado na Petrobras foi usado para abastecer o caixa de campanha de partidos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai investigar ao menos 62,6 milhões de reais em doações eleitorais declaradas à Justiça em busca de irregularidades. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. A suspeita é de que parte da propina foi repassada pelas empreiteiras a políticos disfarçadas de doações oficiais de campanha.
    Leia também:
    Tesoureiro do PT pediu propina por meio de doação, diz delator
    Vaccari cobrou propina em forma de doações, diz empreiteiro
    Por que a Operação Lava Jato ainda pode dizimar partidos
    Segundo o jornal, a varredura do Ministério Público será realizada nas contas de 2010 de partidos e políticos citados na lista do petrolão. Serão investigados 32,8 milhões de reais em doações de empreiteiras para o PMDB, 9,8 milhões de reais para o PT e 9 milhões de reais ao PSDB. Outros repasses para ao menos quinze políticos, em valores que somam carca de 11 milhões de reais, também serão averiguados.
    Ainda de acordo com a Folha, a PGR cita "vultuosos valores" doados por empresas ligadas ao petrolão a Renan Calheiros (PMDB-AL) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O documento também pede que sejam investigados os repasses de empreiteiras à senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e menciona que os 9 milhões de reais doados pela Queiroz Galvão ao PSDB "merecem registro". Segundo o jornal, a menção aos tucanos se dá em trecho que cita o ex-presidente da legenda Sérgio Guerra. Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o então presidente do PSDB o teria procurado em 2010 e cobrado 10 milhões de reais para enterrar a CPI da Petrobras aberta no Senado no ano anterior.
    Nem todos os citados no petrolão, porém, terão as doações examinadas. O jornal menciona os senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Ciro Nogueira (PP-PI) como exemplos de políticos que receberam contribuições de empreiteiras envolvidas na Lava Jato, mas não tiveram pedido de investigação aberto pela PGR.
    Doações suspeitas - Em seu depoimento, o doleiro Alberto Youssef contou que as empresas faziam doações legais para campanhas eleitorais, mas com dinheiro vindo de contratos superfaturados com a Petrobras. Outro delator, o vice-presidente comercial da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Leite, relatou que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediu que uma dívida de propina superior a 10 milhões de reais fosse quitada por meio de doações oficiais.
    Em depoimento à CPI da Petrobras, o delator Pedro Barusco, ex-gerente de Serviços da estatal, também colocou as contas do PT no centro do escândalo de corrupção: ele afirmou à comissão que foram solicitados 300.000 dólares do megaesquema de lavagem de dinheiro para serem injetados na campanha de Dilma Rousseff à Presidência em 2010. Em acordo de delação premiada, o executivo já havia apresentado uma estimativa de Vaccari ter recebido de 150 a 200 milhões de dólares em propina entre 2003 e 2013.

    Comentários

    Postagens mais visitadas deste blog

    Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
    Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
    Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular