Câmara aprova projeto que força Dilma a reduzir dívida dos Estados
Medida que garante a execução das regras que aliviam as dívidas estaduais representa nova derrota para o governo, que queria evitar perder receita em meio ao ajuste fiscal
A decisão da Câmera contraria os interesses do governo. Nesta terça, a presidente afirmou que seria "inconsequente" assumir mais essa despesa em meio ao ajuste fiscal. "Nós estamos fazendo um imenso esforço fiscal. Achamos importantíssimo tratar da questão da dívida dos Estados. Agora não temos condições de fazer essa despesa. Obviamente assim que melhorar, teremos todo o interesse em resolver esse problema", afirmou Dilma Rousseff.
Dilma diz que não há 'espaço fiscal' para regulamentar novo indexador
Dilma sanciona lei que alivia dívidas de Estados e municípios com a União
A demora na execução da lei irritou prefeitos e governadores. Nesta terça-feira, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), conseguiu uma liminar na Justiça Federal que autoriza o município a quitar sua dívida com a União seguindo as novas regras da renegociação das dívidas. Até o petista Fernando Haddad, prefeito de Sâo Paulo, reclamou que a demora estava atrasando a entrega de obras na cidade.
O texto aprovado estabelece que a União terá o prazo de até 30 dias para aplicar os novos indexadores aos aditivos contratuais, independente de regulamentação. Caso o governo não cumpra o prazo, Estados e municípios poderão aplicar o novo indexador automaticamente.
O projeto foi encaminhado para a votação com o apoio dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os Estados dos dois peemedebistas, Rio de Janeiro e Alagoas, estão entre os maiores beneficiados pela nova regra. "Ninguém quer mudar a lei, ela já foi sancionada pela presidente, então tem de ser executada. Como o governo não está executando, isso praticamente vira uma interferência do Poder Executivo no Poder Legislativo. (Dilma) poderia ter vetado. Se sancionou, nós queremos que ela seja cumprida", disse Eduardo Cunha.
(Da redação, com Estadão Conteúdo)
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