ONU e UE condenam eleição em regiões separatistas da Ucrânia
Otan intercepta quatro formações de aviões russos sobre o Mar Báltico
Previsto para 2 de novembro, uma semana depois das eleições legislativas ucranianas, o pleito tem tudo para acentuar o conflito, que já deixou mais de 3.700 mortos e provocou a pior crise entre Rússia e Ocidente desde o fim da Guerra Fria.
Em paralelo, representantes de Ucrânia, Rússia e UE começaram uma nova rodada de negociações para buscar um acordo sobre o fornecimento de gás para a Europa e para a Ucrânia.
Enquanto as autoridades das três partes se reuniam, a UE lamentou a intenção da Rússia de reconhecer as eleições das autoproclamadas repúblicas de Lugansk e de Donetsk. Na véspera, a mesma crítica foi feita pelo governo dos Estados Unidos.
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As eleições também foram criticadas pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Em nota, ele afirmou que a votação 'mina seriamente o Protocolo e o Memorando de Minsk, que deve ser urgentemente colocado em prática em sua plenitude'.
O chanceler russo, Serguei Lavrov, deu seu apoio explícito aos separatistas. Segundo ele, trata-se de "legitimar as autoridades rebeldes" no âmbito dos acordos de Minsk, concluídos entre Kiev e os rebeldes.
Em maio, o governo russo não reconheceu o referendo de independência organizado pelas regiões pró-Moscou, ao contrário do que aconteceu na Crimeia.
Violações - Em meio ao aumento de tensão na região, aeronaves da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) rastrearam bombardeiros russos estratégicos sobre o Oceano Atlântico e o Mar Negro nesta quarta-feira e decolagens de caças na área do Mar Báltico. A entidade classificou as ações como um aumento incomum de atividade em um momento de tensão nas relações entre Ocidente e Oriente.
No total, declarou a Otan em um comunicado, seus aviões interceptaram quatro grupos de aeronaves russas em cerca de 24 horas desde a terça-feira, e algumas ainda faziam manobras no fim da tarde desta quarta-feira. Ao todo, 26 aparelhos sobrevoavam o espaço aéreo internacional do Mar Norte, do Mar Báltico, do Oceano Atlântico e do Mar Negro. Entre as aeronaves, quatro bombardeiros estratégicos Tu-95 foram identificados.
“Estes voos russos consideráveis representam um nível incomum de atividade aérea sobre o espaço aéreo europeu”, afirmou a aliança.
Um porta-voz ressaltou não ter havido violação do espaço aéreo da Otan -— como ocorreu na semana passada, quando um avião-espião russo cruzou rapidamente a fronteira da Estônia.
A Otan disse que já realizou mais de 100 interceptações de aeronaves russas neste ano, cerca de três vezes mais do que em 2013, antes que os atritos com Moscou por conta das revoltas separatistas no leste ucraniano azedassem as relações com a aliança.
(Com agências Reuters e France-Presse)
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