Pular para o conteúdo principal

Obama planeja ignorar Congresso no caso de um acordo com Irã 

Segundo o 'New York Times', o presidente pretende suspender algumas sanções por conta própria, sem buscar aprovação dos congressistas

Barack Obama
Barack Obama (Reuters)
Com o prazo para o fim das negociações perto do fim sem que haja sinais de que um acordo sobre o programa nuclear do país será alcançado, o governo americano faz planos para tentar minimizar os entraves, caso um pacto seja fechado. Segundo reportagem do jornal The New York Times, Barack Obama fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que o assunto tenha de ser discutido no Congresso.
O presidente tem poder para suspender a maioria das sanções impostas ao Irã sem a necessidade de aprovação do Legislativo. No entanto, não pode manter a suspensão por tempo indeterminado – para isso, é necessário passar pelo Congresso, que terá eleições de meio de mandato no dia 4 de novembro. Mesmo que os democratas consigam manter a maioria no Senado, contudo, é provável que a Casa Branca perca uma votação sobre o assunto, pontua o NYT. Uma forma de contornar isso seria não apresentar nenhuma legislação sobre um eventual acordo.
Leia também:
Acordo nuclear com Irã tem prazo ampliado

AIEA confirma que Irã segue cumprindo acordo nuclear preliminar
EUA querem acordo nuclear com Irã ainda neste ano
Membros do governo afirmaram ao jornal que o Congresso não deve ficar surpreso com o plano de Obama. Há semanas negociadores vêm afirmando que a melhor maneira de fazer com que o Irã cumpra com suas obrigações é estabelecer uma suspensão das sanções por etapas, com o entendimento implícito de que elas podem voltar a valer se o país desobedecer aos pontos estabelecidos.
O prazo – que já foi estendido uma vez – termina no dia 24 de novembro. Até lá, os negociadores vão tentar resolver “diferenças significativas” sobre um acordo que acabe com o programa de enriquecimento de urânio do Irã. O país persa defende que seu programa tem fins pacíficos – argumento que não convence as potências ocidentais. Participam das negociações Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha, China e Rússia.
Segundo o governo americano, qualquer acordo com o Irã não vai caracterizar um tratado formal, o que pode dispensar a aprovação do Congresso. O temor de vários congressistas, no entanto, é que as sanções sejam retiradas permanentemente – visão compartilhada por Israel, que também suspeita dos planos do presidente.
O senador republicano Mark S. Kirk, por exemplo, disse que o Congresso deve reagir para impedir que Obama aja de "maneira unilateral" para derrubar os pacotes de sanções, entre eles um que foi aprovado por 99 dos 100 senadores em 2010. A resistência de membros do Congresso é apenas uma das negociações que a administração Obama deverá enfrentar, junto com a negociação com o regime iraniano e também no cenário que envolve iranianos favoráveis ao acordo e os radicais do país.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular