EI usa refém britânico como 'correspondente de guerra'
John Cantlie parece seguir um script nos vídeos de propaganda terrorista
Trecho do novo vídeo que mostra John Cantlie
Cantlie não aparece com a tradicional roupa cor de laranja usada pelos reféns nos vídeos de horror em que as vítimas são decapitadas. Em cinco minutos e meio de imagens, ele veste uma camisa preta e rebate a todo o momento informações de países ocidentais de que os terroristas estariam abandonando a cidade. A gravação tem ainda imagens panorâmicas da região, possivelmente filmadas com o uso de um drone. O refém parece seguir um script.
"A imprensa ocidental – e eu não vejo nenhum jornalista aqui na cidade de Kobani – vem afirmando que o Estado Islâmico está retrocendo", diz. Em seguida, ele desmente as informações e diz que "a batalha de Kobani está chegando ao fim".
O novo vídeo de propaganda é divulgado dias depois da morte do pai do refém, Paul Cantlie, que havia feito um apelo pela vida do filho. Há dois dias, em outro vídeo divulgado pelos terroristas, o britânico afirmou que reféns que tentaram fugir foram submetidos a tortura.
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Cantlie, de 43 anos, trabalhou para o Sunday Times, o Sunday Telegraph e a Agência France-Presse, entre outros veículos de comunicação. Ele foi sequestrado pelo EI em novembro de 2012 junto com seu colega americano James Foley, que foi decapitado pelos jihadistas.
No fim de semana, o jornal The New York Times publicou uma reportagem sobre a tortura a qual os reféns são submetidos antes de serem executados e apontando que mais de vinte estrangeiros de doze países estão nas mãos do Estado Islâmico.
Decapitações – Forças curdas repeliram ontem um novo ataque do Estado Islâmico em Kobani. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 800 pessoas, a maioria combatentes curdos, morreram nos 40 dias de ofensiva jihadista.
Quatro vítimas foram decapitadas em uma tribo no leste da Síria, informou a ONG. Os homens foram executados depois de serem acusados pelos terroristas de serem combatentes inimigos. Segundo o OSDH, os homens pertenciam à tribo muçulmana sunita sheitaat, que tem enfrentado o Estado Islâmico na província de Deir al-Zor, na fronteira com o Iraque.
O Estado Islâmico, uma ramificação radical sunita da Al Qaeda, matou centenas de membros desta tribo entre julho e agosto, acusando-os de serem apóstatas. A barbárie mais recente aconteceu ontem, na cidade fronteiriça de Albu Kamal. Dois dos homens foram mortos em praça pública.
(Com agência Reuters)
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