Dilma fala em mudanças na economia - sem dizer quais
Na TV, presidente não especificou o que fará para impulsionar crescimento. Ela deu entrevista ao Jornal da Record e ao Jornal Nacional nesta segunda-feira
A presidente reeleita Dilma Rousseff, durante entrevista ao Jornal Nacional
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Na entrevista da Record, a presidente deu algumas respostas atravessadas à jornalista Ana Paula Araújo. Uma delas veio quando a entrevistadora mencionou o nome do banqueiro Luiz Trabuco como o possível ministro da Fazenda substituto de Guido Mantega. Depois, a petista deu uma afirmação evasiva: "Eu gosto muito do Trabuco. Mas você me desculpa, não acho que seja o momento nem a hora de discutir nomes do próximo governo. No tempo certo eu darei o nome e o perfil", disse ela.
Sem dizer quais, Dilma prometeu mudanças na economia. Afirmou apenas que não vai ser preciso fazer ajustes tão severos quanto o ex-presidente Lula ao assumir seu primeiro mandato. "Nós temos de tomar, sim, algumas medidas, mas não são daquele tipo. A situação conjuntural, econômica e política é outra, completamente diferente", disse a presidente.
Sobre o escândalo do petrolão, ela manteve o tom da candidata e disse que vai agir com rigor para descobrir quem cometeu crimes: "Eu vou investigar, eu vou me empenhar, doa a quem doer. Não vai ficar pedra sobre pedra".
A presidente também repetiu o discurso pregando a união, apesar da campanha agressiva feita pelo PT contra seus adversários na eleição presidencial. "Quando você fala em união você não está falando unidade perfeita de ideias, nem tampouco em ação monolítica conjunta. Você está falando na possibilidade de abrir-se um amplo diálogo", declarou.
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Sobre a derrota fragorosa em São Paulo, onde teve apenas 36% dos votos no segundo turno, Dilma deu uma resposta confusa: afirmou que os efeitos da crise hídrica não foram devidamente exibidos. "Se fosse com qualquer governo da situação, nos seríamos criticados diuturna e noturnamente. Me explica como uma crise daquela proporção não se reflete numa campanha eleitoral".
Reforma política – No jornal da TV Globo, Dilma também afirmou que sua proposta de reforma política via plebiscito deve sensibilizar o Congresso – apesar de a primeira tentativa ter fracassado, em 2013. A presidente mencionou a mobilização de entidades como a CNBB, que recolheram assinaturas para pedir a reforma ."Eu acredito que o Congresso vai ter sensibilidade para perceber que isso é uma onda que avança. Eles captaram, se eu não estou equivocada, mais de 5 milhões de assinaturas".
A petista disse ainda não acreditar que a investigação sobre os desvios na Petrobras cause turbulências em seu segundo mandato: "Eu não acredito em instabilidade política por se prender e condenar corrutos e corruptores. O Brasil tem uma democracia forte e uma institucionalidade forte".
Aos jornalistas da Globo, Dilma também defendeu a realização de uma reforma tributária que tenha como base a simplificação dos tributos e o fim da guerra fiscal entre os Estados.
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