ONG acusa forças ucranianas de usar munição proibida
Human Rights Watch apontou uso de bombas de fragmentação em Donetsk
Bombas de fragmentação costumam se dividir no ar, espalhando dezenas de projéteis menores que por sua vez provocam outras explosões, aumentando o número de vítimas. Mais de 100 países, a maioria europeus, proibiram a fabricação desse tipo de armamento e baniu seu uso nos campos de batalha. A proibição teve como base uma convenção internacional de 2008 que não foi assinada pela Ucrânia.
A ONG explicou ter feito uma investigação ao longo de uma semana no leste ucraniano, onde mais de 3.000 pessoas foram mortas no conflito desde abril, e documentou o uso indiscriminado de munições de fragmentação.
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A Human Rights Watch disse que não podia determinar de forma conclusiva a responsabilidade de vários ataques, mas “as provas apontam para a responsabilidade de forças do governo por vários ataques com munição de fragmentação” em Donetsk.
“É chocante ver uma arma que a maioria dos países baniu ser utilizada tão amplamente no leste da Ucrânia”, disse Mark Hiznay, pesquisador sênior de armamentos da organização. “Autoridades ucranianas têm de assumir o compromisso imediato de não utilizar munição de fragmentação e assinar o tratado para bani-la."
Yanukovich – O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, promulgou nesta terça-feira uma lei que deve permitir que o ex-presidente Viktor Yanukovich seja processado à revelia. "Assinei a lei que permitirá julgar Yanukovich", informou Poroshenko em sua conta no Twitter. Ele assumiu o cargo em maio, três meses depois da derrubada de Yanukovich.
A lei, aprovada pelo Parlamento no último dia 7, permitirá à Justiça o indiciamento de qualquer acusado, mesmo à revelia, e também o confisco de seus bens. "A partir de amanhã, a procuradoria e os tribunais terão finalmente a possibilidade de colocar no banco dos réus aqueles que roubaram o povo (...) para que assumam a responsabilidade pelos crimes cometidos contra o povo ucraniano”, acrescentou Poroshenko.
Yanukovich foi destituído no final de fevereiro em meio a protestos contra seu governo que resultaram em confrontos em Kiev, provocando a morte de mais de 100 pessoas e deixando centenas de desaparecidos.
A Procuradoria Geral da Ucrânia lançou uma ordem de busca e captura internacional contra o ex-chefe de Estado, que se refugiou na Rússia. Cassado pelo Parlamento, o ex-presidente poderá responder pelo uso da força por parte dos policiais contra os manifestantes.
Kiev também pediu ao Tribunal Internacional de Haia que processe Yanukovich e outros funcionários do alto escalão do antigo regime por crimes contra a humanidade.
(Com agências Reuters e EFE)
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