Obama se dispõe a agir sozinho contra a Síria, caso não tenha aval de aliados
Falta de apoio do Conselho de Segurança da ONU ou de Londres não devem impedir ação para punir Assad
WASHINGTON - Enfrentando resistência crescente a uma ação militar na Síria, a administração de Barack Obama está disposta a atacar o país mesmo sem apoio de seu principal aliado, a Grã-Bretanha, e o aval da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou nesta quinta-feira o jornal The New York Times, citando fontes da Casa Branca.
Segundo a publicação, a operação poderia começar nos próximos dias, assim que os inspetores das Nações Unidas que investigam o ataque com armas químicas do dia 21 de agosto deixarem o país. O grupo de especialistas dever sair de Damasco neste sábado.
Os Estados Unidos continuaram nesta quinta-feira a reforçar sua presença militar no Mediterrâneo Ocidental, com a chegada na região de um quinto navio de guerra equipado com mísseis.
Ao mesmo tempo, o governo se mobilizou para tentar obter apoio do Congresso à provável ação contra a Síria, que teria o objetivo de punir o regime de Bashar Assad por seu suposto envolvimento no uso de gás sarin num ataque que deixou mais de 1.000 pessoas mortas na semana passada, segundo denúncias da oposição síria.
Obama conversou por telefone com o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, que no dia anterior havia enviado uma carta ao presidente perguntando qual era o "efeito desejado" dos potenciais ataques.
No fim da tarde, representantes do governo apresentaram ao Congresso o relatório do serviço de inteligência que vincula dirigentes do regime de Assad ao ataque com armas químicas do dia 21 de agosto.
O documento foi discutido com líderes do Congresso em uma conferência telefônica, já que a maioria está fora de Washington em razão do recesso parlamentar, que termina em duas semanas.
Entre as evidências apresentadas, segundo a CNN, estava a interceptação de uma conversa telefônica na qual autoridades sírias discutem um maciço ataque com armas químicas, antes do dia 21 de agosto.
Dentro dos Estados Unidos, um número crescente de analistas avaliam que o país pode embarcar em mais uma empreitada militar de desfecho incerto. O cenário desenhado pelos estrategistas do governo prevê um ataque limitado e rápido, sem a entrada de tropas americanas em solo sírio, com o objetivo de punir o regime de Assad pelo suposto uso de armas químicas.
Mas uma série de fatores fora do controle dos americanos pode desestruturar os planos de Washington.
Não se sabe qual será a reação de Assad nem de seus principais aliados, Rússia e Irã. Obama sofre críticas dos que se opõem a qualquer tipo de operação militar contra a Síria e dos que consideram ineficaz um plano que descarte qualquer possibilidade de envolvimento americano na guerra civil e a derrubada de Assad.
Os defensores de uma ação mais decisiva sustentam que um ataque limitado terá poucas consequências concretas e poderá, paradoxalmente, reforçar a posição de Assad, em razão do possível aumento do apoio russo e iraniano a seu regime.
Antecedentes. Os críticos lembram casos anteriores de intervenção em conflitos de outros países que se arrastaram por mais tempo que o previsto inicialmente e representaram um alto custo humano e financeiro.
A memória das "armas de destruição em massa" usadas em 2003 como justificativa da invasão do Iraque também pesa contra os planos de ataque à Síria. Parlamentares e analistas sustentam que o governo deve apresentar evidências contundentes que vinculem o ataque da semana passada ao regime de Assad.
Ironicamente, um dos críticos dos movimentos de Obama em relação à Síria é Donald Rumsfeld, um dos falcões do governo George W. Bush que ajudou a construir as justificativas para o ataque ao Iraque há uma década. "Não houve nenhuma indicação da administração de qual é o nosso interesse nacional em relação a essa situação particular", declarou o ex-secretário de Defesa em entrevista à emissora de TV de tendência conservadora Fox News.
Veja também:
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Estados Unidos continuaram nesta quinta-feira a reforçar sua presença militar no Mediterrâneo
Segundo a publicação, a operação poderia começar nos próximos dias, assim que os inspetores das Nações Unidas que investigam o ataque com armas químicas do dia 21 de agosto deixarem o país. O grupo de especialistas dever sair de Damasco neste sábado.
Os Estados Unidos continuaram nesta quinta-feira a reforçar sua presença militar no Mediterrâneo Ocidental, com a chegada na região de um quinto navio de guerra equipado com mísseis.
Ao mesmo tempo, o governo se mobilizou para tentar obter apoio do Congresso à provável ação contra a Síria, que teria o objetivo de punir o regime de Bashar Assad por seu suposto envolvimento no uso de gás sarin num ataque que deixou mais de 1.000 pessoas mortas na semana passada, segundo denúncias da oposição síria.
Obama conversou por telefone com o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, que no dia anterior havia enviado uma carta ao presidente perguntando qual era o "efeito desejado" dos potenciais ataques.
No fim da tarde, representantes do governo apresentaram ao Congresso o relatório do serviço de inteligência que vincula dirigentes do regime de Assad ao ataque com armas químicas do dia 21 de agosto.
O documento foi discutido com líderes do Congresso em uma conferência telefônica, já que a maioria está fora de Washington em razão do recesso parlamentar, que termina em duas semanas.
Entre as evidências apresentadas, segundo a CNN, estava a interceptação de uma conversa telefônica na qual autoridades sírias discutem um maciço ataque com armas químicas, antes do dia 21 de agosto.
Dentro dos Estados Unidos, um número crescente de analistas avaliam que o país pode embarcar em mais uma empreitada militar de desfecho incerto. O cenário desenhado pelos estrategistas do governo prevê um ataque limitado e rápido, sem a entrada de tropas americanas em solo sírio, com o objetivo de punir o regime de Assad pelo suposto uso de armas químicas.
Mas uma série de fatores fora do controle dos americanos pode desestruturar os planos de Washington.
Não se sabe qual será a reação de Assad nem de seus principais aliados, Rússia e Irã. Obama sofre críticas dos que se opõem a qualquer tipo de operação militar contra a Síria e dos que consideram ineficaz um plano que descarte qualquer possibilidade de envolvimento americano na guerra civil e a derrubada de Assad.
Os defensores de uma ação mais decisiva sustentam que um ataque limitado terá poucas consequências concretas e poderá, paradoxalmente, reforçar a posição de Assad, em razão do possível aumento do apoio russo e iraniano a seu regime.
Antecedentes. Os críticos lembram casos anteriores de intervenção em conflitos de outros países que se arrastaram por mais tempo que o previsto inicialmente e representaram um alto custo humano e financeiro.
A memória das "armas de destruição em massa" usadas em 2003 como justificativa da invasão do Iraque também pesa contra os planos de ataque à Síria. Parlamentares e analistas sustentam que o governo deve apresentar evidências contundentes que vinculem o ataque da semana passada ao regime de Assad.
Ironicamente, um dos críticos dos movimentos de Obama em relação à Síria é Donald Rumsfeld, um dos falcões do governo George W. Bush que ajudou a construir as justificativas para o ataque ao Iraque há uma década. "Não houve nenhuma indicação da administração de qual é o nosso interesse nacional em relação a essa situação particular", declarou o ex-secretário de Defesa em entrevista à emissora de TV de tendência conservadora Fox News.
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