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Comboio de investigadores da ONU na Síria é atacado

Grupo seguia para local onde teria ocorrido ataque com armas químicas

Um comboio que levava inspetores das Nações Unidas aos locais no subúrbio de Damasco que teriam sido alvos de ataques com armas químicas na semana passada foi atingido, nesta segunda-feira, por tiros. Sem apontar de quem teria sido a autoria do ataque, a ONU informou que o primeiro carro foi atingido e precisou voltar para o ponto de partida do comboio na capital, Damasco. Não há informações sobre feridos. "O primeiro veículo da equipe de investigação de armas químicas foi deliberadamente atingido várias vezes por franco atiradores não-identificados, na zona de proteção", dizia o comunicado da ONU.
Depois de substituir o veículo atingido, os investigadores chegaram a um dos locais onde pessoas foram mortas no ataque da semana passada, informaram ativistas.
O governo sírio chamou os atiradores que agiram nesta segunda-feira de “terroristas” – termo que usa para designar os grupos rebeldes –, em comunicado divulgado pela TV estatal. A agência oficial Sana afirmou que três pessoas ficaram feridas. E o ditador Bashar Assad voltou a negar que suas tropas tenham usado armas químicas. “A área do suposto ataque fica junto às posições do Exército sírio. Então como é possível que um país use armas químicas em uma área controlada pela suas próprias forças?”, disse ao jornal russo Izvestia.  
A autorização para que os inspetores tivessem acesso aos locais do massacre de civis foi dada pelo governo sírio neste domingo. A oposição síria acusou as forças de segurança pela morte de centenas de civis com gás venenoso na última quarta-feira. A demora para liberar o acesso fez com que um funcionário da administração Obama avaliasse que a autorização chegou ‘tarde demais’ para ter alguma credibilidade. “Se o governo da Síria não tem nada a esconder e quer provar para o mundo que não usou armas químicas nesse incidente, deveria ter garantido acesso imediato à equipe das Nações Unidas – cinco dias atrás”, disse o oficial, que não foi identificado.
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Provas - A Grã-Bretanha disse neste domingo que as provas de ataque com armas químicas poderiam já ter sido destruídas antes da visita de inspetores. "Nós temos de ser realistas sobre o que a equipe da ONU pode conseguir", disse a repórteres o secretário de Relações Exteriores William Hague.
"O fato é que boa parte das evidências pode ter sido destruída por um bombardeio de artilharia. Outras provas podem ter se degradado ao longo dos últimos dias e outras ainda podem ter sido adulteradas", disse, referindo-se aos relatos de ativistas de oposição de que o exército sírio bombardeou a área nos últimos dias.
Estados Unidos - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, disse nesta segunda-feira que o governo americano só intervirá na Síria em conjunto com a comunidade internacional e com uma justificativa legal. “Os EUA estão analisando todas as opções em relação à situação na Síria. Estamos trabalhando com nossos aliados e com a comunidade internacional”, disse, em entrevista coletiva concedida em Jacarta, na Indonésia. “Se houver alguma ação a ser tomada, isso ocorrerá em conjunto com a comunidade internacional”.
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Hagel deverá discutir o tema com os secretários da França e Grã-Bretanha. O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, apontou dificuldades diplomáticas para se alcançar um acordo internacional, salientando que Rússia e China provavelmente vetariam uma ação contra Assad no Conselho de Segurança da ONU. Isso representaria um problema para se criar uma base legal para uma intervenção. O chanceler britânico, William Hague, disse que seria possível responder a um ataque químico na Síria sem a anuência do conselho.
Além de França e Grã-Bretanha, a Turquia, ex-aliada de Assad, também afirma que se uniria a uma coalizão internacional para agir na Síria, mesmo se a decisão para agir for tomada sem um consenso nas Nações Unidas. A Rússia segue contra e manifestou "profunda preocupação" com as declarações oficiais do governo dos Estados Unidos sobre a disposição das Forças Armadas americanas de intervir na Síria.
O mandato dos investigadores da ONU inclui a busca de indícios de uso de armas químicas, sem que o grupo tenha que culpar alguém por um eventual uso. No entanto, as provas que os inspetores coletarem, como por exemplo, que míssil foi usado, pode indicar a origem do ataque. O secretário-geral das Nações Unidas disse nesta segunda que “cada hora conta”, no trabalho de análise dos indícios sobre o possível uso de arma química. “Não podemos permitir que haja mais atrasos. Todos vimos as terríveis imagens em nossas TVs e nas redes sociais. Claramente este foi um incidente maior e horrível. Devemos isso (a análise dos fatos) às famílias das vítimas do ataque”, afirmou Ban Ki-moon.

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