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Inspetores deixam a Síria; Obama pondera 'ataque restrito'

Enquanto o grupo de especialistas da ONU termina o trabalho de coleta de provas em Damasco, presidente americano defende ação limitada contra Assad

A equipe de inspetores enviada à Síria pela ONU para investigar o ataque de armas químicas no país terminou o trabalho de coleta de provas e deixou Damasco em direção ao Líbano neste sábado. O grupo deve se reunir em breve com Ban Ki-moon para dar detalhes da missão ao secretário-geral, mas nenhum relatório preliminar deve ser divulgado até o fim da análise das evidências coletadas – algo que pode demorar até duas semanas.

“Este não é um processo eleitoral, onde você tem sondagens e resultados preliminares. Este é um processo científico”, defendeu o porta-voz da ONU, Martin Nesirky, que garantiu que a intenção do órgão é agilizar ao máximo a conclusão da investigação.

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Estados Unidos - O anúncio de que os inspetores da ONU não divulgarão suas descobertas imediatamente ocorre no momento em que Washington sugeriu que o relatório da organização não teria influência sobre uma futura decisão americana de atacar o regime sírio em retaliação ao ataque com gás venenoso contra civis.

“A ONU não pode nos dizer nada que nós já não saibamos”, defendeu o secretário de Estado John Kerry em pronunciamento nesta sexta-feira, lembrando que as Nações Unidas não tem responsabilidade de apontar culpados, apenas de dizer se o ataque realmente aconteceu. Em um discurso que fortalece os indícios de que os EUA vão mesmo atacar a Síria, Kerry afirmou que há evidências de que foi o ditador Bashar Assad que lançou gases tóxicos no subúrbio de Damasco no dia 21 de agosto. Segundo um relatório da inteligência americana, 1 429 sírios foram mortos no ataque, incluindo 426 crianças.

Em conversa com repórteres, o presidente Barack Obama disse que ainda não decidiu qual será a resposta americana aos ataques, mas destacou que seu governo trabalha com a possibilidade de uma “ação restrita”, sem o envio de tropas por terra, e não uma campanha duradoura. O ataque seria um recado para a Síria e outras nações de que os EUA não irão tolerar o uso de armas químicas em nenhuma situação.

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Oportunidade - Especialistas defendem que, com a saída do grupo de inspetores da ONU, abre-se uma “janela de oportunidade” para a intervenção americana, que poderia acontecer a qualquer momento a partir de agora. "A partida dos inspetores remove os obstáculos práticos e políticos para uma ação militar", analisa o correspondente da rede britânica BBC no Oriente Médio, Kevin Connolly. “Qualquer ataque que colocasse (os inspetores) em perigo seria impensável e pareceria prematuro antes que o trabalho de coleta deles estivesse terminado.”

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