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Dólar cai a R$ 2,35 após plano de intervenção do BC

Autoridade monetária anunciou que poderá intervir com leilões de até US$ 100 bilhões até o final do ano

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central
Alexandre Tombini, presidente do Banco Central
O dólar fechou cotado a 2,359 reais nesta sexta-feira, após o Banco Central ter anunciado, na noite de quinta, uma ofensiva de 100 bilhões de dólares até o final do ano para conter a oscilação cambial. A moeda abriu em queda, a 2,38 reais, e ampliou as perdas ao longo da sessão, fechando o dia com desvalorização de 3,23%. Trata-se da maior queda diária desde junho de 2012.
Na quinta-feira, a moeda norte-americana havia caído 0,78% e fechado a 2,432 reais para a venda. No dia anterior, o dólar foi vendido a 2,451 reais - a maior cotação em quase cinco anos. Na semana, a alta acumulada do dólar é de 1,5% e, no mês, de 6,55%. No ano, a valorização da divisa americana é de 18,94%.
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Até agosto, o BC já ofertou cerca de 40 bilhões de dólares no mercado de câmbio, com leilões de contratos de swap cambial (que é a venda de dólares no mercado futuro) e leilões de linha, que consiste na venda de moeda no mercado à vista com compromisso de recompra pré-determinado. O BC prevê que poderá ofertar mais 60 bilhões de dólares até o final de 2013 usando esses dois mecanismos.
A autoridade monetária anunciou, inclusive, um cronograma diário de intervenção: de segunda a quinta-feira, serão ofertados 500 milhões de dólares em leilões diários de swap cambial tradicional e, às sextas-feiras, leilões de linha de até 1 bilhão de dólares.
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O anúncio do BC significa, para o mercado, que a autoridade monetária não deixará que a moeda americana se mantenha num patamar muito acima de 2,30 reais. Esse teto era o número que o mercado buscava e não encontrava nas declarações oficiais do BC, tampouco em sua estratégia cambial executada nas últimas semanas.
Muitos economistas criticaram o BC justamente pela falta de estratégia para acalmar os investidores num momento em que todas as moedas dos países emergentes oscilavam fortemente diante das incertezas criadas pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
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Em sua última ata, a autoridade monetária dos Estados Unidos não deu qualquer evidência de que retirará, em breve, os estímulos econômicos que vêm sendo feitos desde a crise financeira. O posicionamento mais recente do Fed contradiz as declarações de muitos de seus membros, nos últimos meses, de que a política de estímulos está prestes a ser reduzida. As contradições fizeram com que o mercado de câmbio fosse penalizado. No Brasil, o dólar se valorizou 2,39%, a 2,45 reais, no dia da divulgação da ata.

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