França lidera reação a ataque e cobra 'força' caso se revele culpa de Assad
O governo da França elevou o tom das críticas à Síria e seus dois principais aliados, a Rússia e o Irã. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, exortou a comunidade internacional a "reagir com força" contra o regime de Bashar Assad, suspeito de ter lançado uma ataque químico na periferia de Damasco, que, segundo opositores, deixou entre 500 e 1,3 mil mortos.
Segundo o chanceler, a eventual negativa do presidente sírio em permitir a visita dos inspetores da ONU ao local onde as mortes ocorreram deve ser entendida como "uma admissão de culpa" e levar o Ocidente a agir. A ofensiva diplomática da França começou pela manhã, quando o presidente François Hollande se reuniu por telefone com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para tratar do "provável uso de armas químicas" pelo regime.
Ao mesmo tempo, a alta-comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, divulgou comunicado no qual lembrou que o direito internacional proíbe toda e qualquer hipótese de uso de armas químicas", o que justifica a abertura de uma investigação "com toda urgência e prioridade". Para Fabius, a investigação é uma obrigação, caso contrário medidas "de força" precisarão ser adotadas. "O regime deve deixar os inspetores da ONU investigarem. Para Assad é simples: ao deixá-los ir ao local do ataque, ele pode demonstrar sua inocência", reiterou. "Se os sírios se recusarem, quer dizer que eles foram flagrados em pleno delito."
"O massacre aconteceu um ano e um dia após a célebre frase de (Barack) Obama dizendo que a utilização de armas químicas na Síria era a linha vermelha que não poderia ser ultrapassada", lembrou Fabius.
Foi então que o ministro mencionou a hipótese de uma "reação de força" - expressão sobre a qual ele se recusou a entrar em detalhes - reunindo EUA, Grã- Bretanha e França, "e quem sabe os russos". "É preciso que os russos assumam suas responsabilidades. Eles mesmos condenam, em tese, as armas químicas", lembrou.
Relatos fortes. O opositor sírio e integrante do Comitê de Liberdade de Imprensa da Associação de Jornalistas da Síria Massoud Akko recebeu relatos de pessoas que estavam em Damasco durante o ataque de quarta-feira, atribuído pela oposição às forças de Assad. Ele disse ao Estado que as pessoas se deram conta de que se tratava de um ataque químico após ouvirem uma explosão.
"Era um barulho diferente do que aqueles a que estão acostumadas a ouvir na cidade", conta Akko, lembrando que em Damasco algumas regiões são controladas pelas forças de Assad e outras pelo rebelde Exército Sírio Livre.
As testemunhas contaram a Akko que o massacre foi lançado por meio de mísseis vindos de uma montanha próxima, onde há integrantes das forças do regime e uma base do Exército sírio. "São dois pontos de onde se pode atingir quase toda Damasco, de onde se pode bombardear qualquer área."
Segundo o opositor, as pessoas tiveram certeza que se tratava de um ataque químico depois de verem que as vítimas tinham as pupilas dilatadas, grande quantidade de saliva na boca e manchas na pele. "Acredito ainda que muitos feridos podem sobreviver, consumindo muita água e recebendo os medicamentos necessários", acrescentou o opositor.
Um médico sírio, em vídeo divulgado no Youtube, reforça esses relatos. "Os efeitos do gás duraram cerca de meia hora, mas lamentavelmente muitas pessoas desceram para os porões. O gás é pesado e, portanto, se concentra nos andares inferiores, o que aumentou a cifra de feridos e mortos."
Segundo Akko, muitos que estavam em Ghuta no momento do ataque não moravam no local. "Muitas pessoas passam por lá para irem ao centro de Damasco. É uma área que, atacada, sempre terá muitas vítimas".
Segundo o chanceler, a eventual negativa do presidente sírio em permitir a visita dos inspetores da ONU ao local onde as mortes ocorreram deve ser entendida como "uma admissão de culpa" e levar o Ocidente a agir. A ofensiva diplomática da França começou pela manhã, quando o presidente François Hollande se reuniu por telefone com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para tratar do "provável uso de armas químicas" pelo regime.
Ao mesmo tempo, a alta-comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, divulgou comunicado no qual lembrou que o direito internacional proíbe toda e qualquer hipótese de uso de armas químicas", o que justifica a abertura de uma investigação "com toda urgência e prioridade". Para Fabius, a investigação é uma obrigação, caso contrário medidas "de força" precisarão ser adotadas. "O regime deve deixar os inspetores da ONU investigarem. Para Assad é simples: ao deixá-los ir ao local do ataque, ele pode demonstrar sua inocência", reiterou. "Se os sírios se recusarem, quer dizer que eles foram flagrados em pleno delito."
"O massacre aconteceu um ano e um dia após a célebre frase de (Barack) Obama dizendo que a utilização de armas químicas na Síria era a linha vermelha que não poderia ser ultrapassada", lembrou Fabius.
Foi então que o ministro mencionou a hipótese de uma "reação de força" - expressão sobre a qual ele se recusou a entrar em detalhes - reunindo EUA, Grã- Bretanha e França, "e quem sabe os russos". "É preciso que os russos assumam suas responsabilidades. Eles mesmos condenam, em tese, as armas químicas", lembrou.
Relatos fortes. O opositor sírio e integrante do Comitê de Liberdade de Imprensa da Associação de Jornalistas da Síria Massoud Akko recebeu relatos de pessoas que estavam em Damasco durante o ataque de quarta-feira, atribuído pela oposição às forças de Assad. Ele disse ao Estado que as pessoas se deram conta de que se tratava de um ataque químico após ouvirem uma explosão.
"Era um barulho diferente do que aqueles a que estão acostumadas a ouvir na cidade", conta Akko, lembrando que em Damasco algumas regiões são controladas pelas forças de Assad e outras pelo rebelde Exército Sírio Livre.
As testemunhas contaram a Akko que o massacre foi lançado por meio de mísseis vindos de uma montanha próxima, onde há integrantes das forças do regime e uma base do Exército sírio. "São dois pontos de onde se pode atingir quase toda Damasco, de onde se pode bombardear qualquer área."
Segundo o opositor, as pessoas tiveram certeza que se tratava de um ataque químico depois de verem que as vítimas tinham as pupilas dilatadas, grande quantidade de saliva na boca e manchas na pele. "Acredito ainda que muitos feridos podem sobreviver, consumindo muita água e recebendo os medicamentos necessários", acrescentou o opositor.
Um médico sírio, em vídeo divulgado no Youtube, reforça esses relatos. "Os efeitos do gás duraram cerca de meia hora, mas lamentavelmente muitas pessoas desceram para os porões. O gás é pesado e, portanto, se concentra nos andares inferiores, o que aumentou a cifra de feridos e mortos."
Segundo Akko, muitos que estavam em Ghuta no momento do ataque não moravam no local. "Muitas pessoas passam por lá para irem ao centro de Damasco. É uma área que, atacada, sempre terá muitas vítimas".
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