Não interferimos na vida de outros países, afirma Dilma durante posse de chanceler
- A presidente Dilma Rousseff empossou na manhã desta quarta-feira (28) o diplomata Luiz Alberto Figueiredo Machado (primeiro à esquerda) para o cargo de ministro das Relações Exteriores
"Não interferimos na vida dos outros países. Não colocamos a vida, de quem quer seja em risco, cidadãos brasileiros ou de outra nacionalidade. Adotamos rigoroso conceito de não intervenção e só aprovamos ações excepcionais em defesa da preservação de vidas humanas se passarem pelo devido escrutínio e se tiverem o amparo da ONU (Organização das Nações Unidas)", completou, sem se referir diretamente ao caso do senador boliviano.
Ações excepcionais devem passar por escrutínio, diz Dilma sobre senador
Dilma elogiou a atuação do corpo diplomático do Itamaraty e destacou que seu governo sempre perseguiu consensos estáveis, de construção de harmonia onde há guerras e conflitos. "Foi assim que viemos conquistando o respeito do mundo", declarou.
"Defendemos soluções negociadas para crises externas e internas. Propugnamos (defendemos) pelo respeito à soberania de todos os povos. Postulamos a democracia como saída para as crises políticas. Perseguimos a prática de relações comerciais justas e éticas", concluiu a presidente.
Em seu discurso de posse, o novo chanceler, Luiz Alberto Figueiredo, citou sua atuação na conferência Rio+20, que fez com que fosse elogiado pela presidente Dilma à época e, agora, escolhido para o ministério. "Crescer, incluir e proteger. Esses objetivos têm dado identidade e peso internacional ao Brasil e têm reforçado a credibilidade interna. O Brasil é ator fundamental e líder na cena internacional", declarou.
"A relevância do Brasil, presidenta, está aqui para ficar. Comprometo-me seguindo as diretrizes da presidenta Dilma Rousseff, tornar o Ministério das Relações Exteriores mais útil ao governo e mais próximo ao Parlamento e à sociedade civil", disse Figueiredo.
Já Patriota, em sua fala de despedida do Itamaraty, criticou a atitude do diplomata brasileiro Eduardo Saboia. "A atuação indepentende de servidor em La Paz [Saboia], em assunto de grande sensibilidade e sem instruções, representa conduta que não pode voltar a ocorrer", disse Patriota na cerimônia.
A fuga de Pinto Molina para o Brasil foi coordenada pelo diplomata brasileiro Eduardo Saboia, que atuava como encarregado de negócios, espécie de embaixador interino na Bolívia. A ação foi considerada pelo governo como "forte quebra de hierarquia", culminando na saída de Patriota.
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