Missão da ONU na Síria é adiada até quarta-feira
Governo diz que trabalhos foram interrompidos por causa dos rebeldes, e nega acusações de uso de armas químicas
Atiradores disparam contra comboio de inspetores da ONU na Síria, nesta segunda-feira (26). A equipe tentava chegar ao local onde rebeldes dizem que o regime de Bashar Assad teria usado armas químicas na semana passada (
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Caberá à equipe de ONU esclarecer ao mundo se foi de fato gás venenoso o que causou a morte dos civis. A inspeção começou a ocorrer cinco dias depois do ataque, quando o governo Sírio finalmente autorizou os trabalhos. Na segunda-feira, o secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que houve, sim, uso de armas químicas na Síria. Embora não tenha sido explícito, ele indicou que a administração Obama vá responsabilizar o regime do ditador Assad pela “obscenidade moral” que chocou a consciência do mundo. Kerry também sugeriu que o governo americano está mais perto de agir militarmente em resposta ao ataque, sem deixar claro, no entanto, quando uma ação nesse sentido poderá ocorrer.
Especialistas em armas químicas da ONU visitam pessoas afetadas pelo suposto ataque com gás, em um hospital no subúrbio de Damasco - (26/08/2013) - Abo Alnour Alhaji/Reuters
Nesta terça, Moualem rejeitou “completamente” as acusações de Kerry – e voltou a negar que o governo sírio tenha feito uso de armas químicas. Ele também negou que Assad esteja obstruindo o trabalho da equipe da ONU no país. Segundo o chanceler, são os rebeldes que impedem que dificultam o trabalho dos inspetores. Moualem afirma que a visita desta terça foi adiada justamente porque os rebeldes não concordaram com a adoção de medidas adicionais de segurança.
Na segunda-feira, o comboio que levava os inspetores ao local do ataque foi alvejado por tiros, mas ninguém se feriu. Depois de substituir o veículo atingido, os investigadores chegaram a um dos locais onde pessoas foram mortas no ataque da semana passada, informaram ativistas. A equipe visitou dois hospitais, recolheu amostras e entrevistou testemunhas, entre sobreviventes e médicos, antes de voltar para o hotel em Damasco.
Menino sírio segura morteiro intacto e supostamente disparado por tropas governamentais - Lens Young Homsi
Grã-Bretanha - O governo britânico informou nesta terça que as Forças Armadas do país preparam um plano de contingência para uma eventual ação militar na Síria. Um porta-voz do governo, sem dar mais detalhes, afirmou que a Grã-Bretanha poderia adotar uma decisão antes da apresentação dos resultados da missão da ONU. “Nenhuma decisão foi adotada ainda. Continuamos estudando com nossos parceiros internacionais qual deveria ser a resposta adequada, mas, como parte disto, estamos preparando planos de contingência para as forças armadas”, explicou a fonte oficial à agência EFE.
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