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EUA dizem que mais de 1 400 morreram em ataque químico

Secretário de Estado voltou a culpar o regime Assad pelo massacre de civis

O secretário de estado americano John Kerry fala sobre a atuação dos EUA na guerra civil síria
O secretário de estado americano John Kerry fala sobre a atuação dos EUA na guerra civil síria (Jason Reed/Reuters)
O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou nesta sexta-feira que pelo menos 1 429 sírios foram mortos no ataque químico da última semana, incluindo ao menos 426 crianças. Em mais um pronunciamento sobre a crise na Síria, Kerry voltou a dar fortes indicações de que os Estados Unidos pretendem realizar uma intervenção no país – independentemente do aval das Nações Unidas. Depois de destacar o “grande respeito” do governo americano pela ONU e seus inspetores, o secretário americano lembrou que a investigação que está sendo conduzida nos locais dos ataques não tem a responsabilidade de apontar culpados, apenas de dizer se houve mesmo o uso de armas químicas. “Pela definição de seu próprio mandato, a ONU não pode nos dizer nada que nós já não saibamos”, ponderou.
​Kerry disse que os EUA estão determinados a tomar “suas próprias decisões, em seu próprio tempo”. “Vamos continuar consultando o Congresso, nossos aliados e o povo americano”, acrescentou.

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Referindo-se ao ditador Bashar Assad como “matador” e “assassino”, o secretário afirmou que os Estados Unidos sabem que o governo sírio usou armas químicas várias vezes neste ano. Segundo Kerry, três dias antes do ataque do dia 21, o pessoal de armas químicas do governo já estava preparando o ataque no subúrbio de Damasco. As equipes foram avisadas que deveriam se preparar, “usando máscaras de gás” e tomando outras precauções. Além disso, completou, a inteligência americana sabe que os ataques partiram de áreas controladas pelo regime e foram lançados apenas contra posições controladas por opositores. “Agora que sabemos o que sabemos, a questão é o que vamos fazer?”
Outras guerras – Kerry afirmou ainda que nada do que os EUA vierem a fazer na Síria será uma repetição do que ocorreu nas intervenções no Iraque, no Afeganistão ou na Líbia. “Nós sabemos que depois de uma década de conflito, o povo americano está cansado de guerra. Acreditem, eu também estou. Mas o cansaço não nos isenta de nossa responsabilidade”, ressaltou. “Esse crime contra a consciência, esse crime contra a humanidade, isso importa para nós”.
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Obama – Pouco depois do pronunciamento de Kerry, o presidente Barack Obama também voltou a se manifestar sobre a crise na Síria, dizendo que o ataque químico ameaçou interesses de segurança nacional dos EUA. “Esse tipo de ataque é um desafio para o mundo. Não podemos aceitar um mundo onde mulheres e crianças são atingidas por gases”.
O presidente voltou a dizer que ainda não decidiu qual será a resposta americana aos ataques, e reforçou que tem consultado aliados e o Congresso a respeito. “Não estamos considerando qualquer compromisso de duração ilimitada. Não estamos considerando nenhuma aproximação com tropas”.

Intervenções do ocidente que ocorreram sem aval da ONU

Caso os EUA e seus aliados decidam bombardear a Síria sem o apoio de uma resolução, não será a primeira vez que uma intervenção ocorre ignorando a ONU

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A falta de aval

Reunião do Conselho de Segurança da ONU
Uma semana depois de terem surgido os primeiros indícios de um ataque com armas químicas na Síria, parece iminente a possibilidade de uma intervenção militar das potências ocidentais para punir o ditador sírio Bashar Assad. Se a decisão for tomada, é provável que os Estados Unidos e seus aliados bombardeiem o território sem um aval do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Entre os desafios para legitimar a ação estão a possibilidade de um veto da Rússia e da China – que são aliadas do ditador e tem o poder de bloquear qualquer resolução – e a morosidade costumeira da ONU– o secretário-geral Ban Ki-Moon já pediu mais tempo para o trabalho dos inspetores que estão na Síria e “mais diplomacia” para tratar a crise. Se isso de fato ocorrer, não será a primeira vez que a falta de aval da ONU impede uma ação militar.

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