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Talibãs atacam prisão e libertam 250 presos no Paquistão

Ofensiva insurgente às vésperas de eleição presidencial deixou 13 mortos

Policiais paquistaneses vigiam prisão central após ataque
Policiais paquistaneses vigiam prisão central após ataque
Talibãs paquistaneses disfarçados de policiais libertaram, na madrugada desta terça-feira, cerca de 250 presos, entre eles dezenas de islamitas, em um ataque contra uma prisão no Noroeste do país. Ao menos 13 pessoas - seis policiais, quatro presos, dois assaltantes e um civil de uma empresa de segurança - morreram na ofensiva insurgente realizada poucas horas antes da eleição do futuro presidente do Paquistão.
Leia também: Atentados contra alvos xiitas matam 41 no Paquistão
O alvo do ataque foi a prisão de Dera Ismail Khan, cidade da província de Khyber Pajtunjwa, perto do Waziristão do Sul, uma região tribal semiautônoma que serve de refúgio aos talibãs e a outros grupos vinculados à Al Qaeda. Os insurgentes também capturaram seis mulheres, uma policial e cinco presas.
Trinta dos foragidos são islamitas, disse Mushtaq Jadoon, um funcionário do governo. Ao menos dois comandantes do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP, talibãs paquistaneses) estão entre os foragidos.
Confronto - Segundo as autoridades, os insurgentes colocaram dezenas de bombas na prisão, 14 das quais foram neutralizadas. Os insurgentes, vestidos com uniformes da polícia local, atacaram a prisão com foguetes, morteiros e armas automáticas, antes de entrar no edifício para libertar centenas de insurgentes islamitas que estavam detidos ali.
Após o ataque, os insurgentes e as forças de segurança paquistanesas protagonizaram um intenso tiroteio com armas automáticas. As forças de segurança pediram ajuda ao exército para neutralizar os atacantes, mas os combates se prolongaram por três ou quatro horas, afirmaram testemunhas no local. As forças de segurança isolaram os arredores da prisão, onde estão situados os gabinetes de informação da polícia.
Os talibãs paquistaneses do TTP, um grupo islamita armado que luta há seis anos contra o governo de Islamabad, considerado pró-americano, reivindicaram o ataque. "Cerca de 150 talibãs, 60 deles suicidas, atacaram a prisão central e conseguiram libertar 300 presos", disse seu porta-voz, Shahidulá Shahid.
A prisão central de Dera Ismail Khan abriga 5 000 prisioneiros, entre eles 300 rebeldes condenados por ataques contra as forças de segurança paquistanesas ou contra a minoria muçulmana xiita, segundo o chefe da polícia local.
Saiba mais: Ataque mata chefe de segurança do presidente paquistanês
Esse ataque lembra o de abril de 2012 contra a prisão de Bannu, também situada no noroeste do país, perto da fronteira afegã, quando cerca de 400 rebeldes foram libertados, incluindo Adnan Rashid. Rashid foi o autor, em meados de julho, de uma carta à jovem militante pelo direito à educação Malala Yousafzai para convidá-la a voltar ao Paquistão e a estudar o Alcorão.
Política - O ataque à prisão fortemente vigiada na cidade de Dera Ismail Khan ocorreu apesar de relatos de que as autoridades regionais receberam informações de inteligência há duas semanas sugerindo um ataque iminente. A operação cuidadosamente planejada reforça a capacidade do ramo paquistanês do talibã, um desmembramento dos insurgentes islâmicos com o mesmo nome no vizinho Afeganistão.
Apesar de promissoras negociações de paz com os insurgentes durante uma campanha eleitoral no início deste ano, o primeiro-ministro Nawaz Sharif parece estar aceitando que o uso da força militar pode ser inevitável após uma série de fortes ataques.
No Paquistão, os senadores e deputados elegem nesta terça-feira seu presidente. A maioria ostentada pela Liga Muçulmana do primeiro-ministro Nawaz Sharif na câmara baixa permitirá a eleição, sem dificuldade, de seu candidato Mamnoon Hussein ao cargo. Grande vencedor das legislativas em maio passado, Nawaz Sharif havia proposto uma negociação com o TTP para pacificar o país.

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