Bo Xilai é indiciado na China por corrupção e abuso de poder
Auxiliar do ex-secretário do PC chinês revelou que a mulher dele havia assassinado um empresário britânico
PEQUIM - O ex-secretário do Partido Comunista chinês em Chongqing, Bo Xilai,
será julgado por corrupção e abuso de poder nas próximas semanas. Bo, de 64
anos, era um político em ascensão que dirigia a metrópole de Chongqing até cair
em desgraça no ano passado, num escândalo no qual sua mulher foi condenada pelo
assassinato de um empresário britânico.
Nesta quinta-feira, 25, a agência oficial de notícias Xinhua anunciou que ele foi acusado por suborno, peculato e abuso de poder e será julgado na cidade de Jinan, leste do país.
Há meses, Bo tem sido um assunto inacabado na transição política chinesa. Dúvidas sobre seu destino colocam em questão a nova liderança do partido, pois acredita-se que ele conte com o apoio de influentes membros do Partido Comunista, além de ser popular entre os moradores da cidade que dirigia, levantando suspeitas sobre se o partido poderá chegar a um consenso do que fazer com Bo.
"Deixar o caso se arrastar só aumentaria as dúvidas e suspeitas de discórdia política no interior da liderança", disse Dali Yang, diretor da Universidade de Chicago em Pequim.
Ao indiciar Bo, o Partido Comunista chinês também concede a si mesmo tempo suficiente para chegar a um veredicto sobre o caso antes da grande reunião, que ocorre ainda neste ano, e que deve estabelecer a trajetória econômica do país.
O fato de ter sido divulgado que Bo será julgado indica que a liderança do Partido Comunista chegou a um acordo sobre como lidar com o caso. "Isso é muito importante para Xi Jinping (presidente da China) porque mostra que ele é mais do que um integrante da liderança e que é a pessoa que pode unificar as facções, não apenas em meio ao grupo de nomes principais, mas no âmbito do partido como um todo", disse Willy Lam, especialista em política partidária da Universidade Chinesa de Hong Kong.
"Temos de nos lembrar que ainda há muitas pessoas que apoiam Bo e seus programas. Ele continua muito popular, não apenas em Chongqing, mas em outras partes da China", afirmou Lam. Encerrar o caso também vai permitir à liderança declarar vitória sobre a corrupção e outros abusos de poder, disse Yang.
O escândalo teve início no ano passado, quando um auxiliar próximo de Bo fugiu para o consulado dos Estados Unidos e revelou que a mulher de Bo havia assassinado um empresário britânico. Bo foi expulso do partido e em setembro deixou de ser visto em público, supostamente estava detido pelo organismo disciplinar do PC./
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Político Bo Xilai é indiciado por abuso de
poder
Nesta quinta-feira, 25, a agência oficial de notícias Xinhua anunciou que ele foi acusado por suborno, peculato e abuso de poder e será julgado na cidade de Jinan, leste do país.
Há meses, Bo tem sido um assunto inacabado na transição política chinesa. Dúvidas sobre seu destino colocam em questão a nova liderança do partido, pois acredita-se que ele conte com o apoio de influentes membros do Partido Comunista, além de ser popular entre os moradores da cidade que dirigia, levantando suspeitas sobre se o partido poderá chegar a um consenso do que fazer com Bo.
"Deixar o caso se arrastar só aumentaria as dúvidas e suspeitas de discórdia política no interior da liderança", disse Dali Yang, diretor da Universidade de Chicago em Pequim.
Ao indiciar Bo, o Partido Comunista chinês também concede a si mesmo tempo suficiente para chegar a um veredicto sobre o caso antes da grande reunião, que ocorre ainda neste ano, e que deve estabelecer a trajetória econômica do país.
O fato de ter sido divulgado que Bo será julgado indica que a liderança do Partido Comunista chegou a um acordo sobre como lidar com o caso. "Isso é muito importante para Xi Jinping (presidente da China) porque mostra que ele é mais do que um integrante da liderança e que é a pessoa que pode unificar as facções, não apenas em meio ao grupo de nomes principais, mas no âmbito do partido como um todo", disse Willy Lam, especialista em política partidária da Universidade Chinesa de Hong Kong.
"Temos de nos lembrar que ainda há muitas pessoas que apoiam Bo e seus programas. Ele continua muito popular, não apenas em Chongqing, mas em outras partes da China", afirmou Lam. Encerrar o caso também vai permitir à liderança declarar vitória sobre a corrupção e outros abusos de poder, disse Yang.
O escândalo teve início no ano passado, quando um auxiliar próximo de Bo fugiu para o consulado dos Estados Unidos e revelou que a mulher de Bo havia assassinado um empresário britânico. Bo foi expulso do partido e em setembro deixou de ser visto em público, supostamente estava detido pelo organismo disciplinar do PC./
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