Snowden tem a intenção de permanecer na Rússia, diz advogado
Segundo Kucherena, o ex-técnico da CIA quer viver no país e conhecer a cultura local
MOSCOU - O ex-técnico da CIA Edward Snowden, responsável por vazar para a imprensa a existência de programas de espionagem em escala mundial do governo americano, não deve mais deixar o aeroporto russo e tem a intenção de permanecer no país por um tempo, afirmou nesta quarta-feira, 24, seu advogado, Anatoli Kucherena.
Snowden, segundo o advogado, quer aprender o idioma russo, conhecer os costumes e a cultura local e percorrer o país. Um mês após pousar em Moscou vindo de Hong Kong, o ex-técnico da CIA continua na área de trânsito do aeroporto Sheremétievo. "Hoje eu comprei várias camisetas e calças para que ele possa ao menos trocar de roupa. Nas condições que ele vive hoje, não há nem uma lavanderia", disse Kuherena.
"Nunca tivemos casos parecidos ou solicitações como esta. Por isso, há um procedimento a ser seguido e cumprido pelo serviço federal de migração", explicou Kucherena.
Snowden continua em área de trânsito de aeroporto
Mais cedo, a agência estatal RIA Novosti russa havia informado que Snowden recebeu os documentos necessários para deixar a zona de trânsito do aeroporto, mas seu advogado desmentiu a informação e disse que seu cliente ainda espera os documentos.
De acordo com Kucherena, os documentos que permite que Snowden deixe o aeroporto e viva na Rússia ainda não foram entregues por "problemas burocráticos". O advogado ressaltou, no entanto, que a concessão de asilo temporário no país "não está decidida" por se tratar de "uma situação única para a Rússia". "Nunca tivemos casos parecidos ou solicitações como esta. Por isso, há um procedimento a ser seguido e cumprido pelo serviço federal de migração", explicou Kucherena.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse, na semana passada, que Snowden poderia ficar na Rússia apenas se parasse de divulgar detalhes dos programas de espionagem americanos. O ex-técnico da CIA teve ofertas asilo diplomático de três países latino-americanos - Venezuela, Bolívia e Nicarágua - mas não tinha como deixar o aeroporto e receber os documentos necessários nas embaixadas desses países em Moscou./
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