Em região de fronteira, Maduro e Santos fazem as pazes
Relações entre Venezuela e Colômbia estavam estremecidas desde maio, quando o presidente colombiano recebeu líder opositor venezuelano
Juan Manuel Santos (esq), presidente da Colômbia, é recebido por Nicolás Maduro em Puerto Ayacucho, na Venezuela
No final de maio, Santos recebeu Henrique Capriles em Bogotá, no momento em que o opositor fazia uma turnê pela América Latina em busca de apoio depois de perder a disputa presidencial para Maduro por uma diferença de apenas 1,5 ponto percentual. O encontro enfureceu os chavistas, principalmente o chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, para quem Santos deveria esclarecer “se está do lado das intenções golpistas de Capriles, ou com o povo da Venezuela e com o governo legítimo de Maduro”.
Nesta segunda, Santos disse esperar que a relação com Maduro “seja tão positiva como a que tivemos com o presidente Chávez”. Ao assumir o poder na Colômbia, em 2010, Santos fez as pazes com o coronel, estreitando relações que ficaram estremecidas durante todo o governo de Álvaro Uribe. Para facilitar o processo de reaproximação, o colombiano retirou do Tribunal Penal Internacional uma solicitação apresentada por seu antecessor para investigar a presença bases da narcoguerrilha na Venezuela. A denúncia levou Chávez a romper relações diplomáticas com o país vizinho e foi uma maneira de desviar a atenção da acusação em si, verdadeira – mas negada pelo caudilho venezuelano.
“Esta reunião marca o relançamento das relações entre Colômbia e Venezuela”, disse Santos nesta segunda. Acrescentou que, apesar das diferenças entre os dois países, os governos “têm o dever e a responsabilidade de trabalhar juntos para o bem dos povos”. Ele também citou os principais temas da agenda bilateral que será retomada entre os dois países: narcotráfico e guerrilhas, energia e comércio.
Comentários
Postar um comentário