Conflitos durante protestos deixam cinco mortos no Egito
Uma das vítimas é um menino de 14 anos que foi esfaqueado em Alexandria
Manifestante demonstra apoio aos militares egípcios na Praça Tahrir, no Cairo - Asmaa Waguih/Reuters
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Os protestos desta sexta-feira são respostas ao pedido feito pelo chefe do Exército, Abdel Fattah al-Sisi, na quarta. O general havia conclamado os apoiadores dos militares a irem às ruas para lutar contra a violência e o terrorismo. Partidários do presidente deposto e do grupo fundamentalista Irmandade Muçulmana têm organizado manifestações desde o golpe militar e prometem continuar nas ruas até que ele seja restituído.
Os manifestantes favoráveis ao Exército estão concentrados em sua maioria na Praça Tahrir, no Cairo. De acordo com o jornal Al Ahram, um número considerável de oficiais da polícia se juntou aos protestos no local. Eles foram recebidos com aplausos e gritos de “o Exército, a polícia e o povo são uma única mão”. Os partidários dos militares também levaram inúmeros cartazes com a foto de Sisi, que liderou o golpe contra Mursi, e imagens que mostravam símbolos das religiões islâmica e cristã.
Prisão – Um tribunal do Cairo decretou, nesta sexta-feira, a prisão preventiva, por 15 dias, do presidente deposto Mohamed Mursi por uma série de acusações, incluindo o assassinato de soldados e cumplicidade com ataques do grupo terrorista palestino Hamas, que o ajudou a fugir da prisão no início de 2011, informou a agência oficial Mena. Para a Irmandade Muçulmana, as acusações são "vingança do antigo regime" de Hosni Mubarak. A agência estatal afirma que o juiz Hassan Samir, que investiga o caso, confrontou Mursi com evidências durante seu interrogatório. Não foi informado nem onde nem quando ele foi interrogado.
Estados Unidos – A administração Barack Obama optou por não definir a deposição de Mursi como um golpe de estado, informou a rede CNN, citando uma fonte do governo americano não identificada. “A lei não nos obriga a determinar formalmente se houve um golpe e não é do nosso interesse fazer tal determinação”, afirmou a fonte. Com a decisão, os Estados Unidos poderão continuar a apoiar o Egito financeiramente – o que não seria possível pelas leis americanas se fosse reconhecido que houve um golpe no país. A ajuda americana ultrapassa 1 bilhão de dólares ao ano.
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