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Conflitos durante protestos deixam cinco mortos no Egito

Uma das vítimas é um menino de 14 anos que foi esfaqueado em Alexandria

 
Manifestante demonstra apoio aos militares egípcios na Praça Tahrir, no Cairo
Manifestante demonstra apoio aos militares egípcios na Praça Tahrir, no Cairo - Asmaa Waguih/Reuters
Pelo menos cinco pessoas morreram nesta sexta-feira durante os conflitos entre manifestantes favoráveis aos militares egípcios e partidários do ex-presidente Mohamed Mursi, deposto em 3 de julho. As mortes foram registradas na cidade de Alexandria, onde os confrontos também deixaram pelo menos 72 feridos. Segundo a agência oficial Mena, uma das vítimas é um menino de 14 anos que foi apunhalado no estômago. Outros conflitos foram registrados na cidade portuária de Damietta e na vizinhança de Shubra, no Cairo.
Leia também: Obama adia envio de quatro caças ao Exército do Egito
Os protestos desta sexta-feira são respostas ao pedido feito pelo chefe do Exército, Abdel Fattah al-Sisi, na quarta. O general havia conclamado os apoiadores dos militares a irem às ruas para lutar contra a violência e o terrorismo. Partidários do presidente deposto e do grupo fundamentalista Irmandade Muçulmana têm organizado manifestações desde o golpe militar e prometem continuar nas ruas até que ele seja restituído.
Os manifestantes favoráveis ao Exército estão concentrados em sua maioria na Praça Tahrir, no Cairo. De acordo com o jornal Al Ahram, um número considerável de oficiais da polícia se juntou aos protestos no local. Eles foram recebidos com aplausos e gritos de “o Exército, a polícia e o povo são uma única mão”. Os partidários dos militares também levaram inúmeros cartazes com a foto de Sisi, que liderou o golpe contra Mursi, e imagens que mostravam símbolos das religiões islâmica e cristã.
Prisão – Um tribunal do Cairo decretou, nesta sexta-feira, a prisão preventiva, por 15 dias, do presidente deposto Mohamed Mursi por uma série de acusações, incluindo o assassinato de soldados e cumplicidade com ataques do grupo terrorista palestino Hamas, que o ajudou a fugir da prisão no início de 2011, informou a agência oficial Mena. Para a Irmandade Muçulmana, as acusações são "vingança do antigo regime" de Hosni Mubarak. A agência estatal afirma que o juiz Hassan Samir, que investiga o caso, confrontou Mursi com evidências durante seu interrogatório. Não foi informado nem onde nem quando ele foi interrogado.
Estados Unidos – A administração Barack Obama optou por não definir a deposição de Mursi como um golpe de estado, informou a rede CNN, citando uma fonte do governo americano não identificada. “A lei não nos obriga a determinar formalmente se houve um golpe e não é do nosso interesse fazer tal determinação”, afirmou a fonte. Com a decisão, os Estados Unidos poderão continuar a apoiar o Egito financeiramente – o que não seria possível pelas leis americanas se fosse reconhecido que houve um golpe no país. A ajuda americana ultrapassa 1 bilhão de dólares ao ano.

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