FMI diz que inflação é alta no Brasil e pede mais aperto monetário
Em relatório apresentado na última reunião do G20, o Fundo lembra que o IPCA ultrapassou o teto da meta, de 6,5%
Sede do FMI em Washington
No relatório "Perspectivas globais e desafios políticos", o FMI diz que o Brasil continua enfrentando um desafio inflacionário considerável, com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourando o teto da meta, "o que requer mais aperto monetário", aponta a instituição.
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Inflação faz Copom elevar taxa de juros para 8,5% ao ano
Prévia da inflação desacelera para 0,07% em julho
Em junho, o IPCA ultrapassou o teto da meta do governo (de 6,50%) e acumulou alta de 6,70% nos 12 meses anteriores, aumentando ainda mais as preocupações com a alta dos preços. Apesar de o IPCA-15, considerado prévia da inflação, tenha desacelerado para 0,07% na primeira quinzena de julho, nos 12 meses anteriores há uma alta acumulada de 6,40% - ainda encostado no teto da meta. Apesar do arrefecimento, economistas apontam que trata-se de uma questão sazonal e que o dado, por si só, não significa controle inflacionário.
Para tentar conter a escalada dos preços, que deterioram o poder de compra do brasileiro, o Banco Central deu início neste ano a um aperto monetário, depois de um extenso período de corte da taxa básica de juros, a Selic. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, a Selic foi elevada a 8,50% ao ano.
Crescimento — Sobre o crescimento econômico, o Fundo diz que a recessão na periferia da zona do euro tem se aprofundado além do esperado, e que isso tem afetado o centro do bloco de moeda única, "ainda que haja alguns sinais de estabilidade mais recentemente".
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O relatório afirma ainda que o crescimento econômico tem desapontado na maioria dos países emergentes. "A atividade econômica desacelerou na Ásia e na América Latina, refletindo tanto as exportações enfraquecidas quanto as perspectivas de receita, que têm pesado na demanda doméstica". Sobre o Brasil, o FMI diz que o crescimento continua decepcionando, embora os investimentos "finalmente estejam crescendo".
Por outro lado, o Fundo diz que a economia tem crescido conforme o esperado nos Estados Unidos e que o Japão teve expansão econômica surpreendente, "refletindo a nova política monetária".
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