Descarrilamento de trem mata 77 e fere 143 em Santiago de Compostela
Segundo autoridades, 13 vagões saíram dos trilhos e pelo menos 2 pegaram fogo; causas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas fontes indicam que a locomotiva estava a 180 km/h em um trecho em que o limite de velocidade é de 80 km/h
Trem descarrila perto de Santiago de Compostela.
No trecho do descarrilamento, em razão da acentuada curva, o limite de velocidade é de 80 km/h. Segundo o jornal El País, no entanto, sem dar o motivo, o maquinista admitiu que, na curva anterior, conduzia o trem a 200 km/h. Fontes ligadas à investigação, ainda de acordo com o jornal, afirmaram que o condutor não conseguiu frear o suficiente e estimam que a composição estivesse a 180 km/h no momento do acidente. Não estava claro se houve falha nos freios.
Construído recentemente, o trecho em que ocorreu o descarrilamento é destinado a trens de alta velocidade. Segundo o jornal El Mundo, na época de sua inauguração, técnicos do governo federal admitiram que a curva do acidente é “difícil”. A linha liga Madri a Ferrol, no noroeste do país, e passa por Santiago de Compostela.
O governador da Comunidade Autônoma da Galícia, Alberto Núñes Feijóo, afirmou que o número de mortos poderia aumentar, pois faltava aos serviços de emergência averiguar “um vagão que ficou completamente esmagado”.
As comemorações pelo Dia da Galícia, data “nacional” em que a região semiautônoma celebra seu apóstolo, São Tiago, em 25 de julho, foram canceladas pelo governo local em razão do descarrilamento.
Segundo autoridades galegas, o trem transportava 218 passageiros e 29 tripulantes. “Um dos vagões voou pelos ares, saltando o muro (da linha férrea) e aterrizando em uma pista próxima”, afirmou o diário espanhol El Mundo. Os demais vagões, ao menos onze, além da locomotiva, tombaram.
Tragédia
“Em uma curva, os vagões ficaram um por cima do outro e muita gente ficou presa debaixo. Tivemos de sair por baixo dos vagões e só então nos demos conta de que o trem estava em chamas”, afirmou o passageiro Ricardo Montesco à rádio Cadena Ser. “Eu ia no vagão número dois e havia fogo. Adiante, havia mortos.”
Dezenas de feridos escapavam do trem com sangue no rosto, enquanto corpos eram retirados dos escombros e colocados ao lado dos destroços.
Moradores da região ajudavam no socorro às vítimas dando cobertores e água aos sobreviventes e fornecendo lençóis para cobrir os mortos. Enquanto isso, uma grossa coluna de fumaça se formava em razão de um incêndio no penúltimo vagão, segundo testemunhas.
Os feridos foram transportados para hospitais das cidades de Santiago de Compostela, La Coruña e Pontevedra. Autoridades locais lançaram um apelo para que os habitantes da região doassem sangue para transfusões.
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