Maquinista de trem que descarrilou na Espanha está sob custódia em hospital
Suprema Corte disse que homem foi interrogado e é investigado por suspeita de estar em alta velocidade
- A polícia espanhola deteve nesta quinta-feira, 25, no hospital o maquinista do trem que descarrilou no noroeste da Espanha, deixando 80 pessoas mortas. Francisco José Garzón é mantido sob custódia em um hospital local.
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TV Estadão: Veja vídeo do acidente
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Trem descarrilou ao fazer uma
curva
A Suprema Corte da região da
Galícia disse, em comunicado, que o juiz
que investiga o acidente havia ordenado a detenção do maquinista, de 52 anos,
que está internado, para que ele fosse interrogado. O tribunal
acrescentou que ele estava sob investigação formal.
Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o trem descarrilando ao
fazer uma curva em alta velocidade e colidindo com um muro. Um funcionário local
descreveu as cenas após o acidente como o inferno, com corpos espalhados perto
dos trilhos. O impacto foi tão grande que um vagão voou vários metros e caiu do
outro lado da alta barreira de concreto.Cerca de 94 pessoas ficaram feridas, das quais 35 permanecem em estado grave, incluindo quatro crianças, afirmou o vice-chefe do governo regional.
"Ouvimos um barulho enorme e descemos até os trilhos. Ajudei a resgatar alguns feridos e corpos para fora do trem. Entrei em um dos vagões, mas prefiro não dizer o que eu vi lá", disse à Reuters Ricardo Martinez, um padeiro de 47 anos, em Santiago de Compostela.
O governo galego disse que o trem chegou a ter dois maquinistas. Houve uma troca na condução minutos antes do acidente, por isso não ficou claro de imediato qual deles estaria sob investigação. Segundo a empresa ferroviária Renfe, citada pela agência AFP, o homem investigado, Garzón, é maquinista há 30 anos e assumiu o controle do trem cerca de 100 quilômetros ao sul de Santiago de Compostela.
Testemunhas contaram à imprensa espanhola que Garzón foi visto auxiliando no resgate das vítimas e gritando ao telefone: "Descarrilei! O que eu faço?". Muitos jornais publicaram trechos de sua página no Facebook nos quais se gabava de dirigir trens em alta velocidade. A página foi tirada do ar nesta quinta-feira e os relatos não puderam ser verificados.
Segundo o jornal El País, o maquinista ficou preso nos destroços da cabine e contou por rádio à estação ferroviária que o trem havia entrado na curva a 190 quilômetros por hora. Uma fonte oficial disse que o limite de velocidade naquele trecho de trilhos duplos é de 80 quilômetros por hora.
"Somos apenas humanos! Somos apenas humanos!", dizia Garzón à estação, segundo relato do jornal, a partir de informações de fontes próximas à investigação. "Espero que não haja mortos, porque isso vai recair sobre a minha consciência."
Os investigadores estavam tentando estabelecer com urgência por que o trem estava indo tão rápido e por que dispositivos de segurança para manter a velocidade dentro dos limites permitidos não funcionaram.
O trem foi construído pela Bombardier e Talgo e tinha cerca de cinco anos. Estava quase com o número máximo de passageiros. Segundo o chefe da Renfe, Julio Gomez-Pomar Rodriguez, o trem havia sido inspecionado poucas horas antes. "O que sabemos é que o trem não havia quaisquer problemas técnicos. O trem tinha passado por uma inspeção naquela mesma manhã", disse a emissora de rádio Cadena Cope após o descarrilamento.
Estrangeiros. Um americano morreu no acidente e cinco ficaram feridos, disse o Departamento de Estado em Washington. O México disse que um de seus cidadãos estava entre os mortos.
Pelo menos um britânico ficou ferido, segundo um porta-voz da embaixada britânica. Acredita-se que havia passageiros de várias outras nacionalidades.
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, que nasceu em Santiago de Compostela, a capital da região da Galícia, visitou o local nesta quinta-feira. Ele declarou três dias de luto nacional oficial pelas vítimas do desastre. O rei Juan Carlos e a rainha Sofia também foram para Santiago e visitaram os feridos no hospital./
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