Dilma: 'não existe tarifa zero'
Em reunião com dirigentes de cinco centrais sindicais, presidente afirmou que transporte gratuíto é inviável
BRASÍLIA - Em reunião com dirigentes de cinco centrais sindicais, nesta
quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que "não existe tarifa zero" no
transporte coletivo, detalhou os planos para conter a onda de protestos no País
e afirmou estar disposta a entrar em campo para pôr os pingos nos 'is' nessa
luta política. "O meu governo vai disputar a voz das ruas", afirmou Dilma aos
sindicalistas.
Sem ser interrompida durante 35 minutos, ela disse respeitar as manifestações, mas admitiu temer a ação de grupos com outros interesses que não os de movimentos pacíficos. Ao citar a redução do preço das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos nas principais capitais, Dilma disse que o transporte gratuito é inviável. "Não existe tarifa zero: ou se paga passagem ou se paga imposto", insistiu.
A presidente pediu apoio aos sindicalistas para a proposta de convocação de um plebiscito, com o objetivo de ouvir o que a população quer mudar no sistema político. A ideia rachou o movimento sindical. A presidente também não conseguiu convencer os dirigentes a suspender a greve geral marcada para 11 de julho e muitos deles deixaram o Palácio do Planalto sem esconder a irritação com o que chamaram de "reunião para inglês ver".
"O controle da inflação é primordial. Mas a consulta popular para fazermos avançar a reforma política também é", argumentou Dilma, de acordo com relatos dos participantes do encontro. Para a presidente, é preciso bater nessa tecla agora para que as mudanças entrem em vigor na eleição de 2014, quando ela disputará o segundo mandato.
Dilma e a cúpula do PT defendem o financiamento público de campanha, sob o argumento de que essa é a melhor forma de coibir o abuso do poder econômico. O problema é que não há consenso em torno da proposta nem mesmo na base aliada do governo no Congresso. "A corrupção é um crime hediondo e nós precisamos enfrentar isso", afirmou Dilma, ao lembrar um dos pontos do pacto lançado pelo Planalto em resposta à onda de protestos.
Acuado pelas manifestações, o Senado aprovou na noite desta quarta-feira o projeto que transforma a corrupção em crime hediondo. O texto, agora, seguirá para a Câmara.
Ao levantar essa bandeira, o PT também quer construir uma agenda positiva num momento em que os réus petistas do mensalão aguardam julgamento de seus recursos, por parte do Supremo Tribunal Federal, na tentativa de diminuir suas penas. Embora dirigentes e parlamentares do PT estejam insatisfeitos com a "centralização" do governo Dilma, a intenção do partido é virar a página da crise e definir uma estratégia para se reaproximar dos movimentos sociais.
O encontro de Dilma com os sindicalistas acabou tenso porque ela levantou e foi embora depois que todos os inscritos externaram sua opinião sobre os problemas do País. "Foi mais uma reunião para ouvir os planos mirabolantes da presidente. Saímos daqui como sempre saímos: sem encaminhamento de nenhuma das nossas reivindicações", criticou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, tentou amenizar o clima de mal estar após o encontro. "Essa reunião não foi chamada para tratar de nossa pauta, mas, sim, das manifestações nas ruas", comentou Freitas. "É verdade que a pauta está travada e o governo precisa ter agilidade. Mas, se não negociar, faremos o que sempre fizemos, tanto que já temos greve marcada para 11 de julho."
"O que a presidente está tentando é engabelar o povo com essa história de plebiscito, para desviar a atenção da crise de seu governo", atacou José Maria de Almeida, presidente do PSTU e coordenador da CSP-Conlutas. "Enquanto ela tentar controlar a inflação com ajuste fiscal e mantiver esse modelo econômico não tem solução
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A presidente pediu apoio aos sindicalistas para a proposta de convocação de um plebiscito, com o objetivo de ouvir o que a população quer mudar no sistema político. A ideia rachou o movimento sindical. A presidente também não conseguiu convencer os dirigentes a suspender a greve geral marcada para 11 de julho e muitos deles deixaram o Palácio do Planalto sem esconder a irritação com o que chamaram de "reunião para inglês ver".
"O controle da inflação é primordial. Mas a consulta popular para fazermos avançar a reforma política também é", argumentou Dilma, de acordo com relatos dos participantes do encontro. Para a presidente, é preciso bater nessa tecla agora para que as mudanças entrem em vigor na eleição de 2014, quando ela disputará o segundo mandato.
Dilma e a cúpula do PT defendem o financiamento público de campanha, sob o argumento de que essa é a melhor forma de coibir o abuso do poder econômico. O problema é que não há consenso em torno da proposta nem mesmo na base aliada do governo no Congresso. "A corrupção é um crime hediondo e nós precisamos enfrentar isso", afirmou Dilma, ao lembrar um dos pontos do pacto lançado pelo Planalto em resposta à onda de protestos.
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O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, tentou amenizar o clima de mal estar após o encontro. "Essa reunião não foi chamada para tratar de nossa pauta, mas, sim, das manifestações nas ruas", comentou Freitas. "É verdade que a pauta está travada e o governo precisa ter agilidade. Mas, se não negociar, faremos o que sempre fizemos, tanto que já temos greve marcada para 11 de julho."
"O que a presidente está tentando é engabelar o povo com essa história de plebiscito, para desviar a atenção da crise de seu governo", atacou José Maria de Almeida, presidente do PSTU e coordenador da CSP-Conlutas. "Enquanto ela tentar controlar a inflação com ajuste fiscal e mantiver esse modelo econômico não tem solução
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