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Obama chega à África do Sul em meio à vigília por Mandela

Presidente americano diz que não quer ser “inoportuno” e deixa em aberto possibilidade de visita ao ex-presidente sul-africano. Críticos falam em ‘politização’ da comoção em torno do estado de saúde de Mandela

O presidente Barack Obama e a primeira-dama Michelle são recebidos pela ministra de Relações Internacionais e Cooperação Maite Knoana-Mashabane em base aérea em Pretória, na África do Sul
O presidente Barack Obama e a primeira-dama Michelle são recebidos pela ministra de Relações Internacionais e Cooperação Maite Knoana-Mashabane em base aérea em Pretória, na África do Sul             
O presidente Barack Obama chegou à África do Sul nesta sexta-feira para uma visita em um momento em que o estado de saúde do líder do movimento contra o apartheid, Nelson Mandela, é motivo de preocupação. Inicialmente, esperava-se um encontro entre Obama e o ex-presidente sul-africano, mas a visita agora é incerta. O presidente americano disse que a decisão está nas mãos da família de Mandela. “A última coisa que eu quero é ser inoportuno de alguma forma, em um momento em que os familiares estão preocupados com a condição de Nelson Mandela”. A viagem à África do Sul é a segunda perna de um tour que inclui também o Senegal e a Tanzânia.
Nesta sexta, as notícias são de que Mandela continua em estado crítico, mas que sua condição é estável. Centenas de pessoas seguem em vigília diante do hospital em que o ex-presidente está internado em Pretória, mas surgem críticas sobre o que seria um uso político da comoção em torno do assunto. Segundo o jornal The Washington Post, muitos dos que prestam homenagens são jovens do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido governista, e usam camisetas com as cores do partido e a imagem do atual presidente Jacob Zuma, que disputará a reeleição no ano que vem.
Nos últimos dias, ressalta a reportagem do jornal americano, vários líderes do ANC visitaram Mandela e depois concederam entrevistas mencionando a ligação do ex-presidente com o partido – que orientou seus seguidores a participarem de reuniões de orações pela melhora de Mandela. Zuma estabeleceu como prioridade informar pessoalmente a nação sobre cada passo do tratamento.
A piora no estado de saúde do ex-presidente ocorre em um momento em que o futuro do partido é incerto. A atual geração de líderes do ANC, incluindo Zuma, tem recebido críticas por ser considerada elitista e corrupta. Há também divisões profundas dentro do partido. Um ativista conhecido, Mamphela Ramphele, lançou recentemente um partido político chamado Agang que pode impor um desafio significativo ao ANC no ano que vem, ressalta o Washington Post.
Membros do partido negam qualquer politização da internação de Mandela e dizem que as críticas são motivadas por questões políticas. O ex-presidente associou-se ao ANC em 1943 e foi presidente da legenda, pela qual foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994. Ao encerrar seu mandato, em 1999, ele se afastou da política, mas continuou sendo um líder influente.
Em 2012, Mandela foi hospitalizado diversas vezes também por complicações pulmonares. Ele voltou a ser internado no dia 8 de junho, e seu estado de saúde se agravou no domingo.

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