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Para tentar frear protestos, Mursi propõe reforma na Constituição

Em pronunciamento, presidente egípcio admitiu que cometeu erros em seu primeiro ano de mandato, mas culpou “inimigos do Egito” pela instabilidade

Protesto contra o presidente egípcio Mohammed Mursi
Protesto contra o presidente egípcio Mohammed Mursi
Pressionado pela crise política que não deu trégua em seu primeiro ano de mandato, o presidente egípcio Mohammed Mursi sinalizou nesta quarta-feira com a possibilidade de realizar mudanças na controversa Constituição aprovada às pressas no final de 2012, por uma assembleia dominada pela bancada fundamentalista islâmica. Ele também prometeu realizar reformas nas instituições públicas e voltou a pedir diálogo com os opositores. As propostas são uma tentativa de frear os protestos que tomaram as ruas. Adversários do governo planejam realizar uma grande manifestação no fim de semana pedindo a renúncia de Mursi e a convocação de novas eleições. 
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Em visita ao Brasil, Mursi fala em aproveitar “experiência democrática”

Em um pronunciamento de duas horas transmitido pela TV nesta quarta, Mursi acusou aliados do ex-ditador Hosni Mubarak pela “paralisia” de seu primeiro ano de governo e advertiu que a polarização política ameaça mergulhar o país no caos. Por outro lado, fez um chamado aos líderes partidários para participarem de uma reunião nesta quinta-feira para escolher o coordenador de um comitê que será responsável por preparar as mudanças constitucionais. Disse ainda que está formando um comitê de lideranças, incluindo clérigos muçulmanos e cristãos, para promover uma “reconciliação nacional”.
Propostas anteriores de diálogo feitas pelo presidente egípcio foram rejeitadas pela oposição. Membro da Irmandade Muçulmana, grupo fundamentalista criado em 1928, Mursi foi eleito em junho do ano passado e, desde então, instalou uma nova ditadura no país, ao dar superpoderes a si próprio e aprovar uma Carta Magna de viés autoritário. O texto, entre outras coisas, permite a censura e a perseguição a opositores e não garante o direito das mulheres. A Carta Magna foi aprovada em referendo que contou com a participação de apenas 33% dos eleitores.
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No pronunciamento, Mursi admitiu ter cometido erros em seu primeiro ano de mandato, mas acusou “inimigos do Egito” de sabotarem o país. “Os inimigos do Egito não pouparam esforços na tentativa de sabotar a experiência democrática”. O presidente disse ainda que deseja ver os jovens mais envolvidos com a política e prometeu a realização de eleições parlamentares. Em meio à grave crise política, o país também enfrenta sérios problemas econômicos, com o desemprego em alta entre os jovens.
Confrontos - Horas antes do pronunciamento, duas pessoas foram mortas e mais de 200 ficaram feridas em confrontos entre opositores e apoiadores do governo na cidade de Mansoura, ao norte do Cairo, no delta do Nilo. O temor de que os protestos se tornem ainda mais violentos está levando a população a estocar alimentos.
No fim de semana, o Exército advertiu que pode tomar o poder novamente se os políticos falharem na busca de um consenso. Antes de Mursi tomar posse, uma Junta Militar governou o país. Contudo, islamitas afirmam que vão lutar contra qualquer movimento contra o presidente.

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