Pular para o conteúdo principal

Equipe cria bomba de insulina que se aproxima de um pâncreas artificial

Tecnologia libera insulina no sangue de pessoas com diabetes tipo 1 e se desliga automaticamente quando as taxas de açúcar estão ideais, evitando episódios de hipoglicemia

Injeções de insulina
Injeções de insulina: Procedimento faz parte de tratamento contra o diabetes
Uma equipe de pesquisadores desenvolveu um dispositivo capaz de detectar os níveis de açúcar presente na corrente sanguínea de uma pessoa com diabetes tipo 1 e, a partir disso, regular a liberação de insulina, o hormônio que ajuda a controlar a taxa de glicose no sangue, pelo pâncreas. A ideia é que a tecnologia entenda quando a taxa de açúcar no sangue está ideal e interrompa a liberação do hormônio nesses momentos, evitando episódios de hipoglicemia.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Threshold-Based Insulin-Pump Interruption for Reduction of Hypoglycemia

Onde foi divulgada: periódico The New England Journal of Medicine

Quem fez: Richard M. Bergenstal, David C. Klonoff, Satish K. Garg, Bruce W. Bode, Melissa Meredith, Robert H. Slover, Andrew J. Ahmann, John B. Welsh, Scott W. Lee e Francine R. Kaufman

Instituição: Associação Americana de Diabetes; Centro de Diabetes da Universidade da Califórnia, San Francisco, Estados Unidos; e outros

Dados de amostragem: 247 pessoas com diabetes tipo 1

Resultado: Um dispositivo que libera insulina na corrente sanguínea para controlar a taxa de açúcar no sangue, mas que se desliga automaticamente quando esses níveis estão ideais, reduz episódios de hipoglicemia em 32% em comparação com bombas de insulina existentes.
O dispositivo, desenvolvido pela farmacêutica Medtronic, foi descrito em um artigo publicado neste final de semana na revista The New England Journal of Medicine. Segundo os autores do estudo, a tecnologia representa um passo em direção à criação de um pâncreas artificial.
A doença — A insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, ajuda a glicose a sair da corrente sanguínea e entrar nas células, fornecendo uma fonte de energia a diversos tecidos do corpo e controlando a taxa de açúcar no sangue.
Em pessoas com diabetes tipo 1, a produção de insulina pelo pâncreas é insuficiente, o que acaba aumentando os níveis de glicose na corrente sanguínea. O tratamento contra a doença envolve bombas de insulina, que liberam o hormônio conforme sua programação. No entanto, essa terapia, ao mesmo tempo em que reduz os níveis de açúcar na corrente sanguínea, eleva o risco de episódios de hipoglicemia (pouco açúcar no sangue). Por isso, pessoas com a condição precisam monitorar os seus níveis de açúcar no sangue várias vezes ao dia.
Regulação automática — O novo dispositivo, portanto, é uma variação ‘inteligente’ das bombas de insulina já existentes. Do tamanho de um celular, ele é inserido abaixo da pele do abdômen, braço ou da coxa. Assim como as bombas existentes, o dispositivo também libera o hormônio na corrente sanguínea para reduzir a taxa de glicose no sangue. Porém, a nova tecnologia se desliga automaticamente quando esses níveis estão ideais, evitando, assim, a hipoglicemia, problema que pode causar convulsões, episódios de inconsciência e danos cerebrais.
O artigo publicado pelos autores mostra os resultados de um teste clínico do dispositivo que, ao todo, envolveu 247 pessoas com diabetes tipo 1. Segundo a pesquisa, os participantes que fizeram uso do dispositivo tiveram quase 32% menos episódios de hipoglicemia do que o restante dos indivíduos.
"Os resultados do estudo são importantes pois estamos caminhando em direção ao nosso objetivo de desenvolver um sistema totalmente automatizado, ou pâncreas artificial, que no futuro exigirá interação mínima do paciente", disse Francine Kaufman, endocrinologista e vice-presidente de assuntos médicos globais da Medtronic.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular