Partidos da base apoiam plebiscito, mas sugerem fim da reeleição na consulta
Aliados fazem sugestão a Dilma e provocam mal-estar, mesmo enfatizando que regra valeria só para 2018
BRASÍLIA - Presidentes de dez partidos da base aliada e de líderes na Câmara
e no Senado disseram à presidente Dilma Rousseff que apoiarão a convocação de um
plebiscito sobre a reforma política, mas provocaram mal-estar ao propor um
debate sobre o fim da reeleição e mandato de cinco na consulta popular e ao
enfatizar que mudanças no sistema só devem vigorar em 2018. Dilma e o PT vão
insistir numa reforma que vigore em 2014.
Ela fará uma reunião ministerial nos próximos dias para avaliar o quadro político e enviará na segunda-feira ao Congresso uma mensagem sugerindo a convocação de plebiscito sobre a reforma política.
Apesar de aceitarem o plebiscito, senadores e deputados da base aliada admitiram não haver tempo hábil para uma reforma política profunda até outubro. Em três reuniões ao longo do dia ontem, Dilma ouviu “senões” sobre a conveniência de convocar um plebiscito agora, de afogadilho. Apesar das resistências, a maioria dos partidos aliados concordou em sair do Planalto com um discurso público favorável à consulta popular.
Não demorou muito, porém, para que as divergências viessem à tona. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse a Dilma que a melhor forma de impulsionar a reforma política seria por meio de um “referendo”, depois da lei aprovada pelo Congresso, mas ela não gostou da ideia. A oposição também quer um referendo (veja na página A6).
Diante do ceticismo de aliados, preocupados com a possibilidade de a reforma política ser só para “inglês ver”, com pouca chance de incluir mudanças no financiamento de campanha e no modelo de voto para as eleições de 2014, Dilma não se conteve. “Alguma coisa tem de valer para 2014”, disse ela, segundo relato de presidentes de partidos presentes na reunião.
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou que a pergunta sobre o fim da reeleição presidencial, com mandato de cinco anos, pode entrar “sem problemas” no plebiscito. “Mas isso só seria para 2018”, ressalvou ele. “Time que não faz gol leva, e nós estamos levando agora”, resumiu Raupp, avaliando o clima das ruas. “Não sei por que o constrangimento com essa ideia. Não é para cassar mandato de ninguém agora”, emendou o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB.
Veja também:
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Embora a sugestão dos aliados tenha sido para que o fim da reeleição comece a
valer a partir de 2018, não afetando a campanha de Dilma pelo segundo mandato, a
simples referência ao assunto constrangeu o governo. O Estado apurou que, mesmo
com a garantia de que eventual mudança não vai valer para ela, Dilma é contra
incluir questões sobre o fim da reeleição no plebiscito.Presidente tem direito à reeleição, afirma Rui Falcão
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Ela fará uma reunião ministerial nos próximos dias para avaliar o quadro político e enviará na segunda-feira ao Congresso uma mensagem sugerindo a convocação de plebiscito sobre a reforma política.
Apesar de aceitarem o plebiscito, senadores e deputados da base aliada admitiram não haver tempo hábil para uma reforma política profunda até outubro. Em três reuniões ao longo do dia ontem, Dilma ouviu “senões” sobre a conveniência de convocar um plebiscito agora, de afogadilho. Apesar das resistências, a maioria dos partidos aliados concordou em sair do Planalto com um discurso público favorável à consulta popular.
Não demorou muito, porém, para que as divergências viessem à tona. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), disse a Dilma que a melhor forma de impulsionar a reforma política seria por meio de um “referendo”, depois da lei aprovada pelo Congresso, mas ela não gostou da ideia. A oposição também quer um referendo (veja na página A6).
Diante do ceticismo de aliados, preocupados com a possibilidade de a reforma política ser só para “inglês ver”, com pouca chance de incluir mudanças no financiamento de campanha e no modelo de voto para as eleições de 2014, Dilma não se conteve. “Alguma coisa tem de valer para 2014”, disse ela, segundo relato de presidentes de partidos presentes na reunião.
O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), afirmou que a pergunta sobre o fim da reeleição presidencial, com mandato de cinco anos, pode entrar “sem problemas” no plebiscito. “Mas isso só seria para 2018”, ressalvou ele. “Time que não faz gol leva, e nós estamos levando agora”, resumiu Raupp, avaliando o clima das ruas. “Não sei por que o constrangimento com essa ideia. Não é para cassar mandato de ninguém agora”, emendou o senador Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB.
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