Ministro negou ainda saída do ministério da Fazenda
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantém - como sempre - tom otimista
Mantega, que participa de audiência pública conjunta de comissões na Câmara dos Deputados, destacou que essa nova situação na maior economia do mundo causa turbulências, mas que o Brasil está bem posicionado, entre outros motivos, pelo mercado interno forte e por reservas internacionais elevadas. "Essa situação causa turbulência, mas deverá diminuir em algum momento e vai se acomodar. Isso não significa que vai haver uma diminuição da liquidez internacional", afirmou Mantega.
Mantega reconheceu, porém, que as sinalizações do Fed criaram grande fluxo de capitais para os Estados Unidos, afetando o câmbio e causando desvalorização principalmente das moedas de emergentes. No Brasil, o dólar chegou a 2,25 reais e agora opera em torno de 2,20 reais, em queda nesta quarta-feira. Para enfrentar essas turbulências, o ministro disse que o Brasil tem bons fundamentos, como o controle da inflação que, neste ano, terminará dentro da meta (medida pelo IPCA), de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais.
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Saída - Em meio aos rumores de que o ministro estaria deixando o seu cargo, Mantega afirmou que esses comentários são "fofocas". Reportagem da revista inglesa The Economist diz ironicamente que o ministro é "um sucesso". A publicação voltou a criticar o desempenho da economia brasileira, que, segundo ela, é medíocre, apesar de reconhecer que, após seguidas frustrações com medidas e o desempenho da economia, o governo de Dilma Rousseff parece voltar a tomar decisões para reconquistar a admiração dos mercados.
No fim de 2012, a publicação havia sugerido a saída de Mantega para uma mudança de rumo da economia. "Foi amplamente noticiado no Brasil que a nossa impertinência teve o efeito de fazer o ministro da Fazenda ficar 'indemitível'. Agora, vamos tentar um novo rumo. Pedimos para a presidente ficar com ele a todo custo: ele é um sucesso", diz o texto.
Em defesa do ministro da Fazenda Guido Mantega, o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, disse à Reuters que a presidente Dilma Rousseff vai manter Mantega no cargo. "Mantega tem a confiança da presidenta Dilma Rousseff e vai permanecer no cargo do Ministério da Fazenda", afirmou o porta-voz.
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Política fiscal - O ministro da Fazenda aproveitou o momento para reforçar que o Brasil vai cumprir suas metas fiscais e que o superávit vai atingir "pelo menos" 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) - já descontados instrumentos de 'contabilidade criativa', como deu a entender nos últimos meses. Como a conta vai fechar dado que o governo não para de desonerar setores para controlar a inflação e estimular o consumo? Mantega diz que a economia para pagamento de dívidas será garantida pela redução das despesas de custeio da máquina pública. Para ele, o déficit nominal está em trajetória de queda e que nós próximos anos o Brasil poderá ter déficit nominal zero.
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