Pular para o conteúdo principal

Brasil está preparado para novo capítulo da crise", diz Mantega

Ministro negou ainda saída do ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Guido Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mantém - como sempre - tom otimista
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil está preparado para enfrentar o novo capítulo da crise internacional que surge com as turbulências decorrentes da esperada redução dos estímulos monetários dos Estados Unidos. O ministro acredita que não haverá falta de liquidez na economia global.

Mantega, que participa de audiência pública conjunta de comissões na Câmara dos Deputados, destacou que essa nova situação na maior economia do mundo causa turbulências, mas que o Brasil está bem posicionado, entre outros motivos, pelo mercado interno forte e por reservas internacionais elevadas. "Essa situação causa turbulência, mas deverá diminuir em algum momento e vai se acomodar. Isso não significa que vai haver uma diminuição da liquidez internacional", afirmou Mantega.

Mantega reconheceu, porém, que as sinalizações do Fed criaram grande fluxo de capitais para os Estados Unidos, afetando o câmbio e causando desvalorização principalmente das moedas de emergentes. No Brasil, o dólar chegou a 2,25 reais e agora opera em torno de 2,20 reais, em queda nesta quarta-feira. Para enfrentar essas turbulências, o ministro disse que o Brasil tem bons fundamentos, como o controle da inflação que, neste ano, terminará dentro da meta (medida pelo IPCA), de 4,5% com tolerância de 2 pontos percentuais.

Leia mais: PIB dos EUA cresce 1,8% no 1º trimestre, abaixo do previstoMantega diz que não haverá novos cortes de impostos para baixar tarifa de ônibus

Saída - Em meio aos rumores de que o ministro estaria deixando o seu cargo, Mantega afirmou que esses comentários são "fofocas". Reportagem da revista inglesa The Economist diz ironicamente que o ministro é "um sucesso". A publicação voltou a criticar o desempenho da economia brasileira, que, segundo ela, é medíocre, apesar de reconhecer que, após seguidas frustrações com medidas e o desempenho da economia, o governo de Dilma Rousseff parece voltar a tomar decisões para reconquistar a admiração dos mercados.

No fim de 2012, a publicação havia sugerido a saída de Mantega para uma mudança de rumo da economia. "Foi amplamente noticiado no Brasil que a nossa impertinência teve o efeito de fazer o ministro da Fazenda ficar 'indemitível'. Agora, vamos tentar um novo rumo. Pedimos para a presidente ficar com ele a todo custo: ele é um sucesso", diz o texto.

Em defesa do ministro da Fazenda Guido Mantega, o porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann, disse à Reuters que a presidente Dilma Rousseff vai manter Mantega no cargo. "Mantega tem a confiança da presidenta Dilma Rousseff e vai permanecer no cargo do Ministério da Fazenda", afirmou o porta-voz.

Leia ainda: Tombini pode assumir lugar de Mantega, diz jornal; Planalto nega

Política fiscal - O ministro da Fazenda aproveitou o momento para reforçar que o Brasil vai cumprir suas metas fiscais e que o superávit vai atingir "pelo menos" 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) - já descontados instrumentos de 'contabilidade criativa', como deu a entender nos últimos meses. Como a conta vai fechar dado que o governo não para de desonerar setores para controlar a inflação e estimular o consumo? Mantega diz que a economia para pagamento de dívidas será garantida pela redução das despesas de custeio da máquina pública. Para ele, o déficit nominal está em trajetória de queda e que nós próximos anos o Brasil poderá ter déficit nominal zero. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular