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Pesquisa zera a sucessão


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A queda vertiginosa nos índices de aprovação, que a devolveu ao patamar histórico de votação do PT antes da primeira eleição de Lula, - 30% -, marca o ingresso da presidente Dilma Rousseff numa etapa em que a meta passa a ser salvar o que resta de seu governo.

A reeleição, em pouco mais de 30 dias, deixou de ser uma certeza para transformar-se em meta improvável, segundo avaliações da sua própria base de sustentação.
Estimulante para qualquer candidato que parte do zero, o índice a que desceu a presidente é dramático para quem está no cargo e pretende a reeleição. Não autoriza sequer a previsão de chegada ao segundo turno, o que no seu caso, indica uma velocidade inédita na corrosão de um capital político que, há 60 dias, avalizava a vitória no primeiro turno.
O tempo também conspira contra a capacidade de reação da presidente, cuja consistência depende de movimentos ousados que a indisporiam ainda mais com sua base, onde o descontentamento, principalmente no PT, já virou fogo amigo.
Possibilidade de reação existe, mas poucos acreditam que a presidente a encare pela ruptura que significaria com sua base, sem garantias de êxito. Como reduzir à metade os ministérios, por exemplo.
Passa também pela mudança de rumos da economia, cuja crise atingiu o bolso do eleitor bem antes do que previra a otimista área de marketing que orienta as ações de seu governo.
Como se vê, não é pouco, considerando as circunstâncias políticas desfavoráveis. A pesquisa agora divulgada traz índices que o Planalto já conhecia de suas consultas e responde pelo movimento queremista no PT pelo retorno de Lula.
Esse movimento, que o ex-presidente sugere avalizar com seu silêncio público, se materializado, terá o efeito de liberar os aliados dos compromissos com a reeleição.
Para partidos como o PMDB e o PSD, uma coisa é Dilma, outra, Lula - a primeira sem qualquer historicidade no PT; o segundo, o próprio PT.
E resta ainda a aventura embutida no retorno do ex-presidente, que provavelmente já não ostenta os mesmos índices com que encerrou seus dois mandatos e, portanto, já não seria uma aposta incondicional.
Em outro cenário, bem mais remoto, o PT teria de admitir não concorrer com candidato próprio - e aí o nome mais palatável ao partido seria o inimigo da hora, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

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