Pular para o conteúdo principal

Crédito nos bancos públicos deve subir mais que o dobro dos privados

Pela primeira vez desde 1999, os bancos estatais devem terminar o ano respondendo por mais da metade dos empréstimos registrados no País

 

BRASÍLIA - A expansão do crédito em 2013 ficará ainda mais dependente dos bancos estatais, que devem terminar o ano respondendo por mais da metade dos empréstimos no País. O fato não acontecia desde 1999. O Banco Central revisou nesta terça-feira a previsão do aumento do crédito nas instituições públicas este ano de 18% para 22%. É mais que o dobro da expansão de 10% esperada para os bancos privados nacionais, projeção que foi mantida pelo governo.
Nas instituições estrangeiras que atuam no País, o crédito deve crescer 8%, porcentual menor que os 12% previstos anteriormente pelo BC.
Se essas expectativas se confirmarem, o setor financeiro estatal terminará o ano respondendo por 50,6% do crédito no Brasil. Em maio, essa participação já estava em 49,4%. Um ano antes, era de 44,7%. Desde 2008, essas instituições têm aumentado sua participação de mercado, dentro da política do governo para estimular o consumo e o financiamento de empresas com recursos públicos.
O BC revisou a previsão de crescimento do crédito neste ano de 14%, estimativa feita há três meses, para 15%. O número significa pequena desaceleração em relação ao verificado nos 12 meses encerrados em maio, de 16,1%, quando o total emprestado atingiu R$ 2,486 trilhões – equivalente a 54,7% do PIB.
As revisões, diz o BC, refletem o comportamento verificado até maio. O crédito imobiliário, liderado pela Caixa, por exemplo, ao contrário do que se esperava, não desacelerou. Os empréstimos do BNDES também crescem em ritmo maior que no fim de 2012. O crédito rural, com grande participação do Banco do Brasil, também segue forte. A previsão do Banco Central para o crescimento nessas três modalidades, que respondem por mais de 40% dos financiamentos no País, passou de 16% para 20%.
Em relação às demais operações, representadas principalmente pelo crédito ao consumo, que deve ficar mais caro, a projeção de crescimento recuou de 13% para 11%. "O crédito para o consumo é o que mostra maior moderação", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.
Dentro do crédito ao consumo, o destaque continua sendo o consignado, mercado dominado hoje pelos estatais BB e Caixa, que fizeram uma política agressiva de redução de juros no ano passado e dependem do aval do governo para voltar a subir suas taxas neste ano.
Para as empresas, o crescimento também tem sido sustentado pelo dinheiro do governo, que liberou mais recursos, principalmente por meio do BNDES, para tentar salvar o crescimento do País, cujas projeções já estão abaixo de 2,5%.
Para o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, os bancos públicos estão "dando goleada" nas instituições privadas, que encontram dificuldades em acelerar o crédito por conta da inadimplência. "A partir de junho, julho, a inadimplência deve voltar a cair, mas bem devagar, o que não será suficiente para os bancos privados retomarem de vez o crescimento do crédito."

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p