Brasil desbanca Espanha, levanta a taça a retorna ao topo
O campeão voltou: com exibição inesquecível, seleção faz 3 a 0 no Maracanã, quebra série invicta do rival e coloca os espanhóis na roda, com direito a 'olé'
Seleção brasileira posa para foto no estádio Maracanã durante final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha, no Rio de Janeiro - Jefferson Bernardes
O Brasil exibia uma superioridade incontestável. A torcida iniciava os gritos de olé. E a Espanha, para muitos favorita, invicta há 29 jogos oficiais, era dominada como havia muito tempo ninguém conseguia fazer
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Na bola e na raça - Depois de emocionar os jogadores durante a execução do Hino Nacional, a torcida empurrou a equipe de Felipão desde o primeiro minuto. E o Brasil abriu o placar logo no segundo giro do relógio: depois de um lançamento que partiu da direita, Fred trombou com os zagueiros espanhóis e caiu na pequena área. A bola quicou diante dele e, sentado, o matador fuzilou Casillas, fazendo o Maracanã explodir. Os jogadores brasileiros fizeram uma comemoração inédita nesta competição: pularam as placas de publicidade e partiram em direção às cadeiras, abrançando os torcedores. As luzes coloriram a cobertura do estádio de verde e amarelo. Aos 5 minutos, com o Brasil dominando o jogo, o público gritava, em coro: "O campeão voltou". Aos 7, quase o segundo: depois de um calcanhar de Fred a bola sobrou para Oscar na grande área e o camisa 11 bateu rasteiro, raspando a trave defendida por Casillas. A Espanha, que demonstrava frustração com a pressão brasileira, tentava impor seu jogo de troca constante de passes, mas a marcação do time da casa era implacável. Aos 12, depois de uma bola roubada na raça, Paulinho quase encobriu o goleiro do Real Madrid. O jogo fervia: aos 15 minutos, Arbeloa derrubou Neymar, que partia sozinho em direção ao gol, e matou um contra-ataque promissor. Levou amarelo. Os jogadores trocavam empurrões e provocações.
Os personagens
- O craque NeymarQuatro gols no torneio, o melhor jogador da final e da Copa. Enfim, imprescindível e incontestável.
- O guerreiro David LuizSalvou um gol certo da Espanha, deu o sangue em campo e foi perfeito nos cortes e antecipações.
- O matador FredImpiedoso e iluminado, estava no lugar certo e na hora certa. Média de um gol por jogo no torneio.
- O perdedor Sérgio RamosPersonificou a empáfia espanhola durante todo o torneio. Na hora da verdade, foi um grande fiasco.
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'O Brasil vai te ensinar' - A Espanha trocou o amarelado Arbeloa por Azpilicueta e voltou para a etapa final disposta a apagar a má imagem deixada na primeira metade da decisão. Não deu tempo nem de começar: logo aos 2 minutos, Fred recebeu de Hulk e bateu cruzado, furando Casillas mais uma vez. O camisa 9 do Brasil marcava seu quinto gol em cinco jogos no torneio. Vicente Del Bosque trocou o sumido Juan Mata por Jesús Navas. E foi graças ao suplente que a Espanha conseguiu uma rara chance real de gol: num lance absolutamente tolo, aproveitou um toque de Marcelo e despencou no gramado, cavando um pênalti que poderia ser providencial para a Espanha seguir viva no jogo. Sérgio Ramos, um dos atletas que mais alfinetaram os brasileiros - na semifinal em Fortaleza, chegou a provocar a torcida local com gestos -, se apresentou para a cobrança. E ele a executou de forma bisonha, mandando para fora, pelo lado esquerdo do gol. Desolado, Del Bosque queimou sua última substituição colocando David Villa no lugar do ineficaz Torres. Mas nada adiantava: o Brasil continuava mandando no jogo e humilhando os espanhóis. Enquanto a torcida se divertia e soltava inúmeras variações de gritos de apoio ao time (um deles: "Quer jogar, quer jogar? O Brasil vai te ensinar!"), a situação dos espanhóis só piorava: aos 22 minutos, Piqué foi expulso após entrada criminosa em Neymar, que partia solto para ampliar a goleada. Felipão decidiu colocar o meia Jadson pela primeira vez na competição (saiu Hulk). A dez minutos do fim, o artilheiro Fred, ovacionado pelo público, deu lugar a Jô. Faltando quatro, Hernanes entrou no lugar de Paulinho. Enquanto isso, o coro de olé, repetido incontáveis vezes durante boa parte do jogo, começava a ficar de lado: surgiam os primeiros gritos de "campeão".
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