Temor de saída do euro leva gregos a onda de saques
Nesta segunda e terça-feira, os gregos retiraram 700 milhões de euros dos bancos – movimento preocupa os líderes políticos locais
Gregos correm aos bancos para ter euros em mãos (John Kolesidis/Reuters)
O temor de que a Grécia deixe a zona do euro está levando a uma corrida aos bancos no país nesta semana. Ante o risco de que o governo abandone o euro por uma moeda muito desvalorizada, a população prefere ter a moeda europeia em mãos. Os gregos estão sacando seu dinheiro desde o início dos problemas financeiros há dois anos. Porém, os saques nesta segunda e terça-feira somaram valores excepcionais, de 700 milhões de euros, segundo o presidente do banco central local, George Provopoulos. O presidente da Grécia, Karolos Papoulias, alertou para o risco de "pânico" no sistema financeiro, de acordo com atas de reuniões dele com líderes políticos.
Segundo cifras do BC, empresas e famílias gregas tinham 165 bilhões de euros depositados no final de março, cifra que é 72 bilhões inferior à de janeiro de 2010. Especialistas dizem que isso se deve a uma fuga de capitais e ao fato de alguns gregos precisarem recorrer às suas poupanças por causa da crise.
Nove dias depois de uma inconclusiva eleição, os partidos gregos, divididos entre o apoio e a rejeição ao impopular pacote da União Europeia e Fundo Monetário Internacional para o país, desistiram de montar uma coalizão, abrindo caminho para novas eleições no dia 17 de junho. Na reunião desta quarta-feira com Papoulias, os líderes partidários concordaram com a nomeação de um experiente juiz como primeiro-ministro interino até a eleição, disse a jornalistas Panos Kammenos, líder do partido conservador Gregos Independentes, após o encontro.
As pesquisas mostram que o eleitorado está irritado por causa dos cinco anos de recessão, do desemprego recorde e dos cortes salariais dos últimos tempos. Esse sentimento se acentuou desde a votação de 6 de maio, e o partido radical esquerdista Syriza tem, segundo as pesquisas, chances de vencer a eleição com sua plataforma de rejeição ao pacote.
Analistas não descartam, porém, que o ambiente político volátil resulte novamente em um Parlamento fragmentado.
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