Obama deve pressionar líderes europeus no G8
Em reunião que acontece entre sexta e sábado, presidente mostrará o descontentamento dos EUA com as medidas tomadas para combater a crise europeia
Angela Merkel e Barack Obama: posições conflitantes sobre saídas para a Europa (Chip Somodevilla/Getty Images)
O presidente americano, Barack Obama, deverá demonstrar nas próximas horas aos líderes do G8 – o grupo que reúne as principais potências mundiais – seu descontentamento com os rumos da política de combate à crise na Europa. A reclamação ocorrerá por ocasião da reunião do grupo das maiores potências globais em sua residência de campo, em Camp David, no estado de Maryland, nesta sexta-feira e sábado.A primeira conversa será realizada com a chanceler alemã, Angela Merkel – líder da maior potência da zona do euro e defensora radical das medidas de austeridade fiscal que visam colocar as contas públicas dos países da região em ordem, ainda que a custas da estagnação ou retração das economias. Obama tentará convencê-la de que é preciso relaxar um pouco essas exigências, implementando, ao mesmo tempo, ações que visem a promoção do crescimento, informou o jornal britânico The Guardian.
Obama também aproveitará o encontro para advertir a Europa de que é preciso agir rapidamente para poupar a economia mundial de entrar em uma segunda grande recessão em apenas quatro anos.
A reunião do G8 ocorrerá em meio à crescente expectativa de que a Grécia – atada por imensas dificuldades para fechar um acordo político que permita a continuidade de reformas estruturais – tenha de deixar a zona do euro. Para analistas, essa decisão, ainda mais se for descoordenada, intensificaria a crise europeia. Itália e Espanha, por exemplo, são candidatas a próximas vítimas das turbulências no mercado se os gregos forem expulsos da união monetária. Uma eventual piora de cenário teria o poder de comprometer ainda mais as finanças globais, respingando na economia americana. Obama, é bom lembrar, luta para garantir sua reeleição neste ano.
O encontro nos Estados Unidos será também o primeiro entre o presidente americano e o recém-eleito presidente da França, François Hollande – um claro aliado na demanda por políticas pró-crescimento no continente europeu. Obama deve contar com o apoio ainda do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que afirmou nesta quinta-feira que os líderes europeus deveriam se unir em passos urgentes para sustentar a moeda comum europeia e evitar problemas.
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