Japão prepara a reabertura de seus reatores nucleares
País depende de suas centrais atômicas para evitar falta de energia no verão
Reatores nucleares da usina de Hokkaido, no Japão: centrais atômicas supriam 30% da demanda energética do país (Reuters)
O Japão planeja começar a reativar os reatores nucleares do país na próxima semana, após ter interrompido as atividades em todas as suas centrais atômicas em maio, na esteira da crise de Fukushima.Segundo o jornal Nikkei, o primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, vai autorizar a reativação dos reatores 3 e 4 da usina de Oi, na província de Fukui, após ter recebido o apoio da associação de governos da região. "Pelo bem da prosperidade da economia japonesa e da sociedade, a geração de energia nuclear continua sendo importante", disse Noda.
A reabertura dos reatores de Oi, que ainda não foi anunciada oficialmente, representará a primeira desde que as atividades dos 54 reatores do país foram suspensas para a realização de manutenções preventivas. Após o acidente na usina de Fukushima, o maior desde a catástrofe de Chernobyl em 1986, na Ucrânia, o governo japonês adotou novas normas de segurança para suas centrais atômicas.
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Crise de energia - As medidas de precaução após Fukushima atingiram o ápice em 5 de maio quando, pela primeira vez em 42 anos, o Japão ficou sem centrais atômicas em funcionamento. Porém, diante do temor de uma crise energética com a chegada do verão no hemisfério norte, um período em que a demanda elétrica alcança o seu máximo, o governo exerceu pressão para reabrir os reatores da usina de Oi, os primeiros do país a terem passado por testes de resistência após o acidente em Fukushima.
O premiê quer anunciar a reabertura da central de Oi na semana que vem, para que, após um processo de reativação que dura entre quatro e seis semanas, a região de Kansai possa contar novamente com o fornecimento de energia nuclear até meados de julho.
Economia - Além do risco de um apagão no verão, o desligamento das usinas também afetou a balança comercial japonesa. Com o crescimento do uso das usinas térmicas, para suprir a ausência das centrais atômicas, o país aumentou substancialmente as importações de petróleo e de gás liquefeito
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