Bankia será recapitalizado por fundo bancário espanhol
Madri não deve emitir mais dívida para ajudar instituição financeira; papéis devem ser lançados por fundo de resgate do setor bancário local, o Frob
Frob tem apenas 4 bi de euros, mas Bankia necessita de 19 bi de euros (Sergio Perez/Reuters)
O banco espanhol nacionalizado Bankia será recapitalizado por meio do fundo de reestruturação bancária Frob – programa do governo espanhol, iniciado em 2009, para reconstrução e resgate do sistema bancário local. O Frob emitirá títulos para captar recursos que serão, posteriormente, aportados no quarto maior banco do país, disse nesta quarta-feira o ministro da Economia da Espanha, Luis De Guindos. "Será o mecanismo usual, por meio de emissões pelo Frob", afirmou após um debate parlamentar sobre a reforma financeira em andamento.O Frob atualmente tem mais de 4 bilhões de euros disponíveis, mas o Bankia pediu nesta sexta-feira mais de 19 bilhões de euros em resgate do governo. O ministro ressaltou que a crise bancária do país não começa nem termina com o Bankia.
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BCE – Também nesta quarta-feira, o governo espanhol informou que o Banco Central Europeu (BCE) não rejeitou o plano para capitalização do Bankia, até porque nenhum projeto foi apresentado para a autoridade monetária do bloco. De Guindos foi questionado em Madri por uma deputada socialista sobre a informação publicada no mesmo dia pelo jornal britânico Financial Times. A publicação afirma que o BCE proibiu a Espanha de pagar com dívida pública a capitalização do Bankia.
De acordo com Guindos, O BCE não rejeitou o plano porque o governo espanhol não apresentou nenhum. O ministro ainda aproveitou para destacar que recuperará todo o capital investido na entidade.
O BCE informou nesta quarta, em comunicado, que ainda não foi consultado sobre os planos do governo espanhol para o Bankia e garantiu que "está pronto para assessorar a evolução desses planos".
A injeção de capital do estado espanhol no Bankia não será feito com títulos de dívida, confirmaram fontes governamentais. Deste modo, um eventual pagamento do estado ao banco a partir do resgate de títulos de dívida foi descartado. O FT publicou nesta quarta que o BCE tinha proibido esta última opção ao Ministério espanhol de Economia.
Novo recorde – Diante desse cenário, o prêmio de risco da Espanha – que mede o diferencial entre o bônus espanhol a dez anos e o alemão de mesmo prazo – ultrapassava hoje 535 pontos básicos, a cota mais alta desde a criação do euro. Essa espiral de alta foi atribuída pelo ministro espanhol às dúvidas sobre o futuro político na Grécia. Guindos disse ainda que o patamar de juros atual não será sustentável em longo prazo e falou que voltará a patamares razoáveis após as eleições gregas, previstas para 17 de junho.
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