Desaceleração mais forte que a esperada na China prejudica exportações brasileiras
O Brasil sofreu o contágio da desaceleração mais forte que a prevista da
China. Uma série de indicadores divulgados recentemente sobre economia chinesa
apontam atividade mais fraca em abril e o risco de um "pouso forçado". O impacto
já chegou por aqui via queda no preço das commodities.
Nos 12 meses até abril, o CRB (Commodities Research Bureau), principal indicador desse mercado, acumula queda de 13,4%. Em abril, cedeu 2,4%. De janeiro a abril, caíram os preços de exportação do Brasil para minério de ferro (16,7%), cobre (12,6%) e alumínio (13%).
Conforme um relatório do banco Barclays, os investidores já começam a discutir se o "superciclo" de alta de commodities, que já dura mais de dez anos e beneficiou muito o Brasil, pode estar chegando ao fim. A aposta geral é que há espaço para alta no preço das commodities agrícolas, mas a situação é delicada para os metais.
A queda do preço das matérias-primas contagia o Brasil por dois canais: um positivo - menor pressão inflacionária - e um negativo - redução das exportações. O impacto nas exportações está evidente. Por causa da desaceleração na China, da crise na Europa e do protecionismo da Argentina, as exportações brasileiras cresceram só 2% de janeiro a abril, em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), os termos de troca do Brasil inverteram a direção e estão em queda desde setembro do ano passado. "Nossa expectativa é que os termos de troca terminem o ano estáveis ou com leve queda."
Termo de troca é a razão entre preços de exportação e preços de importação. Nos últimos anos, representaram o "bônus" das commodities: o Brasil pôde aumentar suas importações e pagar a conta com os recursos obtidos com a alta do preço dos produtos exportados. Entre janeiro de 2010 e setembro de 2011, quando atingiram o pico, os termos de troca subiram 17,4%. Desde então, caíram 7,7%.
A queda das commodities também alivia a pressão sobre os preços. No entanto, esse efeito benéfico está sendo neutralizado pela recente desvalorização do real, que aumenta os preços localmente. O Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), em reais, registra queda de 5,2% em 12 meses, mas alta de 0,79% de janeiro a abril.
Estrutural. Segundo José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, está em curso uma mudança estrutural na China que afeta o Brasil. Ele diz que o consumo está tirando o espaço do investimento e das exportações na economia. Ao mesmo tempo, aumenta a relevância de exportações de alta tecnologia e de investimentos em energia renovável. Tudo isso aponta para menor demanda por commodities metálicas, fornecidas por países como o Brasil.
Nos 12 meses até abril, o CRB (Commodities Research Bureau), principal indicador desse mercado, acumula queda de 13,4%. Em abril, cedeu 2,4%. De janeiro a abril, caíram os preços de exportação do Brasil para minério de ferro (16,7%), cobre (12,6%) e alumínio (13%).
Conforme um relatório do banco Barclays, os investidores já começam a discutir se o "superciclo" de alta de commodities, que já dura mais de dez anos e beneficiou muito o Brasil, pode estar chegando ao fim. A aposta geral é que há espaço para alta no preço das commodities agrícolas, mas a situação é delicada para os metais.
A queda do preço das matérias-primas contagia o Brasil por dois canais: um positivo - menor pressão inflacionária - e um negativo - redução das exportações. O impacto nas exportações está evidente. Por causa da desaceleração na China, da crise na Europa e do protecionismo da Argentina, as exportações brasileiras cresceram só 2% de janeiro a abril, em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com Rodrigo Branco, economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), os termos de troca do Brasil inverteram a direção e estão em queda desde setembro do ano passado. "Nossa expectativa é que os termos de troca terminem o ano estáveis ou com leve queda."
Termo de troca é a razão entre preços de exportação e preços de importação. Nos últimos anos, representaram o "bônus" das commodities: o Brasil pôde aumentar suas importações e pagar a conta com os recursos obtidos com a alta do preço dos produtos exportados. Entre janeiro de 2010 e setembro de 2011, quando atingiram o pico, os termos de troca subiram 17,4%. Desde então, caíram 7,7%.
A queda das commodities também alivia a pressão sobre os preços. No entanto, esse efeito benéfico está sendo neutralizado pela recente desvalorização do real, que aumenta os preços localmente. O Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br), em reais, registra queda de 5,2% em 12 meses, mas alta de 0,79% de janeiro a abril.
Estrutural. Segundo José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, está em curso uma mudança estrutural na China que afeta o Brasil. Ele diz que o consumo está tirando o espaço do investimento e das exportações na economia. Ao mesmo tempo, aumenta a relevância de exportações de alta tecnologia e de investimentos em energia renovável. Tudo isso aponta para menor demanda por commodities metálicas, fornecidas por países como o Brasil.
Comentários
Postar um comentário