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EUA divulgam recomendação contra exame preventivo para câncer de próstata

Levantamento publicado em periódico afirma que os prejuízos da triagem são maiores do que os reais benefícios

Câncer de próstata: dados do Instituto Nacional de Câncer estimam que, apenas em 2012, o Brasil terá 60.180 novos casos desse tipo de câncer Câncer de próstata: dados do Instituto Nacional de Câncer estimam que, apenas em 2012, o Brasil terá 60.180 novos casos desse tipo de câncer (Thinkstock)
Fazer exames periódicos para a prevenção do câncer de próstata pode não trazer benefício algum. É o que afirma a mais nova recomendação da Força Tarefa para Serviços Preventivos dos Estados Unidos (USPSTF, sigla para United States Preventive Services Task Force), um órgão do governo americano formado por um grupo independente de especialistas em saúde preventiva. Em artigo publicado no periódico Annals of Internal Medicine, a USPSTF afirma que os prejuízos da triagem, independentemente da idade do homem, são maiores do que os seus reais benefícios.
Em sua última recomendação, publicada em 2008, os pesquisadores da Força Tarefa haviam concluído que não havia evidências que apoiassem a triagem para homens acima dos 75 anos de idade. Um painel independente de especialistas revisou, no entanto, as evidências usadas à época e concluiu que os danos da triagem com o antígeno específico de próstata (PSA) são maiores do que os benefícios. Na avaliação, foi levada em consideração apenas danos e benefícios à saúde, mas não custos.
Veja também:
Especialista tira dúvidas sobre câncer de próstata

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PSA
PSA é a sigla em inglês para antígeno prostático específico, uma proteína produzida pelas células da próstata e considerada um importante marcador biológico para determinar quais homens precisam de biópsia e quais deles têm menor risco de desenvolver o câncer de próstata. O exame de PSA sozinho, no entanto, não é capaz de fornecer informações suficientes para determinar se o paciente tem ou não a doença.
Prejuízos – Nos dois grandes testes usados pela Força Tarefa, os homens eram assintomáticos. O primeiro, conduzido nos Estados Unidos, não demonstrou redução alguma na mortalidade pelo câncer como um resultado da triagem. O segundo, feito em sete países europeus, descobriu uma redução de cerca de uma morte para cada 1.000 homens – em um subgrupo de homens com idades entre 55 e 69 anos. Os resultados, no entanto, foram evidentes apenas em dois países. Nos outros cinco, não houve uma redução significativa nas mortes.
Segundo a USPSTF, fortes evidências mostram que a triagem está associada a danos significativos. Aproximadamente 90% dos homens que tiveram a doença detectada pela triagem passaram por tratamentos precoces com cirurgia, radiação ou terapia de privação de hormônios masculinos. Algumas evidências apontam, no entanto, que mais de cinco em 1.000 homens morrem cerca de um mês após a cirurgia para o câncer. Entre 10 e 70 sobrevivem, mas sofrerão ao longo da vida de efeitos colaterais, como incontinência urinária e disfunção erétil e intestinal.
Conclusão precipitada — De acordo com William J. Catalona, diretor médico da Fundação para Pesquisa Urológica e autor de um editorial que acompanha a pesquisa, a recomendação da Força Tarefa tem subestimado os benefícios e superestimado os danos da triagem. Ele e seus coautores argumentam que a Força Tarefa – cujo painel não inclui urologistas ou especialistas em câncer – baseia sua recomendação em estudos. Além disso, as recomendações focam apenas na mortalidade e não levam em consideração a dificuldade em se viver com um câncer avançado.
De acordo com Otis W. Brawley, diretor da Sociedade Americana de Câncer e autor de um segundo comentário que acompanha a publicação, o diagnóstico em demasia faz a triagem parecer salvar vidas quando ela verdadeiramente não o faz. Isso porque muitos homens são diagnosticados com câncer de próstata que poderia nunca progredir. Mas como são tratados, eles pensam que a triagem salvou suas vidas. "Muitas pessoas têm uma fé cega na detecção precoce do câncer",

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