José Ronaldo e Jutahy vão com ACM Neto ao Bonfim marcar início da campanha
Foto: Reprodução
Jutahy, Ronaldo e ACM Neto durante missa esta manhã, na tradicional missa do Bonfim
O candidato da coligação “Coragem para Mudar a Bahia” (DEM, PSDB, PSC, PTB, PRB, PV, PPL e Solidariedade), José Ronaldo, e o deputado federal Jutahy Magalhães Jr., candidato a senador do PSDB, fizeram questão de marcar o início de sua campanha com uma visita esta sexta-feira ao Bonfim, onde participaram da tradicional missa da Igreja. Eles estavam acompanhados do prefeito ACM Neto (DEM), de deputados, como José Carlos Aleluia (DEM), e de vereadores, a exemplo de Joceval Rodrigues, do PPS.
17 de agosto de 2018, 08:30
Selecionados do Fies com inscrição postergada devem completar dados
Termina hoje (17) o prazo para os estudantes pré-selecionados em processos anteriores do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que tiveram a inscrição postergada para o segundo semestre de 2018, complementarem as informações no sistema. Segundo o Ministério da Educação (MEC), eles são, aproximadamente, 12 mil estudantes. Esses candidatos foram selecionados para receber o financiamento, mas devido ao fato de a conclusão do processo ter ocorrido no meio ou no final do semestre corrente, escolheram que o início do financiamento se daria apenas no segundo semestre deste ano, adiando a confirmação da inscrição. Agora, para fazer a complementação, o estudante precisa acessar a página do Fies na internet e fornecer as informações solicitadas, como o percentual a ser financiado e dados da agência bancária para receber o benefício. A contratação do financiamento só ocorrerá após a complementação e aprovação das informações pela Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição para a qual o candidato foi pré-selecionado. O MEC constatou que, ao longo do processo, mais de 600 estudantes tiveram problemas para complementar as informações devido a falhas no sistema. Por isso, a pasta prorrogou o prazo para a complementação das informações do dia 10 para hoje. Até ontem (16), no entanto, 30 estudantes ainda enfrentavam problemas. A pasta diz que esses candidatos terão um prazo extra de cinco dias para fornecer as informações e integrar o Fies no segundo semestre. Além desses candidatos, também terão um prazo extra aqueles que tiveram os problemas solucionados após essa segunda-feira (13). De acordo com o MEC, cada um receberá um prazo específico para que tenha pelo menos cinco dias totais de acesso ao sistema. O MEC informa que notificou os estudantes, por e-mail e SMS, de que terão o prazo extra.
Agência Brasil
17 de agosto de 2018, 07:30
Tucanos recusam apoiar PT no segundo turno
Foto: Marcos de Paula / Estadão
Geraldo Alckmin
Se por um lado tucanos admitem receber o apoio do PT no segundo turno, por outro não garantem reciprocidade aos petistas caso Geraldo Alckmin esteja fora dessa fase da disputa. “Se ele (Alckmin) não for para o segundo turno, o PSDB não terá unidade. O PT que está aí não é do Lulinha paz e amor, é com faca nos dentes, com rancor. O partido vai se dividir”, diz o secretário-geral da sigla, Marcus Pestana (MG). O debate sobre as composições no segundo turno foi levantado pelo ex-presidente FHC, para quem Alckmin deve buscar o apoio do PT contra Jair Bolsonaro. Notório antipetista e aliado de primeira hora de Geraldo Alckmin, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, diz que FHC se equivocou. “O segundo turno será entre o Haddad e o Alckmin. Não corremos risco de uma aliança com o PT”, ironizou. Os petistas também rebateram a previsão de que estarão fora do segundo turno. “Fernando Henrique é ruim de projeção. Tirou foto na cadeira do Jânio Quadros e perdeu a eleição e anunciou a vitória do Aécio contra a Dilma. Ele é o Mick Jagger da política”, alfinetou Paulo Pimenta, líder do PT.
Estadão
17 de agosto de 2018, 07:25
Após fala de FHC, Alckmin grava vídeo e rejeita aliança com ‘radicais’
Foto: Nelson Almeida / AFP
Geraldo Alckmin
Candidato do PSDB à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin divulgou nesta quinta-feira, 16, em suas páginas nas redes sociais um vídeo no qual rejeita a possibilidade de aliança com o PT ou com o deputado Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições 2018. Na gravação, Alckmin se refere a ambos como “radicais”. “Minha aliança é com você. PT e Bolsonaro são dois radicais. O Brasil não precisa de radicalismo, mas de equilíbrio e bom senso. Vou governar com você e para você”, disse o candidato tucano no vídeo. Alckmin também defendeu novamente, no mesmo vídeo, a aliança com os partidos do Centrão, motivo pelo qual tem recebido críticas. “Somente com essa força podemos fazer as reformas que o Brasil precisa.” A mensagem foi divulgada após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dizer em entrevista à rádio Jovem Pan nesta quarta-feira, 15, que não descarta uma aliança entre PT e PSDB para enfrentar Bolsonaro, caso ele passe para a próxima fase da disputa presidencial. “Espero que o PSDB vá para o segundo turno e acho que o PT espera a mesma coisa, mas, dependendo das circunstâncias, eu não teria nenhuma objeção a isso”, disse FHC. A declaração contrariou a cúpula da campanha de Alckmin e, segundo aliados, motivou a mensagem. Assessores do tucano, porém, dizem que o vídeo já estava gravado e não foi uma resposta ao ex-presidente. Entre os estrategistas do ex-governador, a avaliação é de que o PT tem uma vaga assegurada no segundo turno da eleição presidencial. Até lá, o principal adversário é Bolsonaro. Pelo plano traçado na campanha tucana, Alckmin será preservado das críticas mais pesadas ao candidato do PSL. As “denúncias” contra Bolsonaro serão feitas em parte das 12 inserções diárias do partido no horário eleitoral de rádio e TV.
Estadão
17 de agosto de 2018, 07:15
Siglas tradicionais reduzem número de candidatos nas eleições 2018
Foto: Dida Sampaio / Estadão
Jair Bolsonaro
Apenas partidos pequenos aumentaram o número de candidatos nas eleições 2018 em relação a 2014. Enquanto siglas tradicionais como PT, PSDB, MDB, PDT e PSB reduziram a quantidade total de registrados, houve um aumento expressivo entre as siglas de menor porte. O partido de Jair Bolsonaro, o PSL, é o que mais apresentou candidatos – 1.451, um aumento de 74,4% em relação a 2014. Das 35 siglas existentes, 12 vão ter mais postulantes neste ano do que nas últimas eleições gerais – PSL, PROS, Avante, Podemos, PRB, Solidariedade, PMN, PCO, PSOL, Patriota, PRTB e PPL. Há ainda três partidos que vão estrear nas urnas em âmbito nacional: Rede, Novo e PMB, que, juntos, somam 1.606 candidaturas. Os números têm como base os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). É possível que haja pequenas alterações até o dia 20, quando as informações estarão 100% atualizadas. A legenda que registrou a maior variação porcentual no número de candidaturas foi o PCO (142,8%). A sigla, no entanto, é um ponto fora da curva – tinha apresentado somente 49 candidatos em 2014 e, agora, lançou 119. Em seguida, vem o PROS, com 1.018 candidatos, ante 485 em 2014 (aumento de 109,9%, mais que o dobro de um pleito para o outro). Entre os que mais reduziram candidatos, estão PCB (diminuição de 45,2%), PTB (-33,4%) e PSTU (-31,9%). Entre as siglas maiores, PSB (-31,4%), PSDB (-18,3%) e PDT (-16,4%) tiveram os maiores índices de diminuição de candidatos. O PT registrou queda de 6,8% e o DEM, de 5,5%. Segundo o cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV-SP, uma das explicações para este cenário pode ser a cláusula de barreira, que, a partir de 2018, impõe aos partidos desempenho mínimo para que sejam autorizados a ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de TV no horário eleitoral. “Os pequenos estão em busca de capilaridade”, disse Teixeira. A nova regra exige, para este ano, que as legendas tenham 1,5% dos votos válidos para a Câmara, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação e com 1% em cada uma dessas unidades. A cláusula aumenta gradativamente até 2030 e busca afunilar o sistema partidário brasileiro, altamente fragmentado. Para a cientista política Luciana Veiga, professora da UNI-Rio, a estratégia faz sentido e pode servir à sobrevivência. “Mesmo que não elejam muitos nomes, os partidos com várias candidaturas têm chance de alcançar a cláusula com uma votação mais pulverizada.” Um caso mais específico é o do nanico PSL, que, com a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República, atraiu deputados na janela partidária e, agora, busca se consolidar com a ampliação da bancada no próximo pleito. “O PSL não tinha nada, arranjou meia dúzia de deputados e agora precisa crescer (para se manter vivo)”, afirmou Teixeira. Conforme o Estado mostrou nesta quarta-feira, 15, a nova casa de Bolsonaro registrou mais de 13,6 mil filiações em 2018, impulsionadas pela figura do presidenciável. Trata-se de número quatro vezes maior que o dos partidos adversários na disputa pelo Palácio do Planalto.
Estadão
‘Nenhuma estatal é estratégica ou essencial’, diz economista de Amoêdo
O economista Gustavo Franco, coordenador das propostas na área de economia do programa de governo do Novo nas eleições 2018, disse nesta quinta-feira, 17, que a Petrobrás sobreviveu a um “ataque monstruoso” e defendeu a venda de partes “periféricas” da empresa. Já o Banco do Brasil e a Eletrobrás estão “prontinhas” para privatizar. Sobre uma das principais bandeiras do Novo – que tem João Amoêdo como candidato à Presidência –, Franco afirmou que, por princípio, o Estado não deveria ser dono de empresa nenhuma. O economista participou da Série Estadão FGV Ibre “Os economistas das eleições”. Um dos pais do Plano Real, Franco defendeu ainda reformas na Previdência, no sistema tributário e no Estado. O economista se disse ainda favorável ao fim da estabilidade do funcionalismo. Leia a entrevista completa no Estadão.
Estadão
Marina recupera bandeira ambiental nas eleições 2018
Foto: Dida Sampaio / Estadão
Marina Silva
Candidata à Presidência da República pela terceira vez, a ex-ministra Marina Silva (Rede) se reaproximou nas eleições 2018 de antigos aliados do movimento ambientalista que estiveram ao seu lado nas eleições de 2010, mas se distanciaram em 2014. Segundo lideranças do setor, Marina voltou a colocar em primeiro plano bandeiras ambientais que foram coadjuvantes na campanha de quatro anos atrás, quando presidenciável teve de substituir Eduardo Campos (PSB), morto num acidente aéreo, na reta final da disputa. “Em 2014 não houve uma aproximação ampla do movimento com Marina devido ao contexto conturbado da eleição. Esse ano, a identidade dela com o movimento está muito maior”, disse o ambientalista Mário Mantovani, diretor da ONG S.O.S. Mata Atlântica. A aproximação ganhou impulso após o candidato do PDT, Ciro Gomes, escolher como vice em sua chapa a senadora Kátia Abreu (TO), que foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), enquanto o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin chamou para o cargo a senadora Ana Amélia (PP-RS), que é ligada ao agronegócio. Mantovani afirmou que entre as bandeiras ambientais que ganharam destaque nas falas de Marina neste ano está o combate à chamada “Lei do Veneno” – como é conhecida entre ambientalistas o Projeto de Lei 6299/02, que trata de um pacote de mudanças na fiscalização e controle de agrotóxicos no Brasil. O projeto, em tramitação na Câmara, garante autonomia ao Ministério da Agricultura para registrar novos agrotóxicos, tirando da Anvisa e do Ibama poder de veto sobre o tema. A candidata da Rede também se comprometeu com as metas do Acordo de Paris estabelecido em 2015. O documento determina que os 195 países signatários se esforcem para conter o aquecimento global. A indicação do ex-deputado Eduardo Jorge (PV) como vice reforçou ainda mais os laços com os verdes e restabeleceu a aliança de Marina com seu antigo partido, com quem estava rompida desde 2011. A coordenadora de campanha da Rede, Andrea Gouvea, afirmou que “a aproximação é sobretudo programática”. “Acolhemos várias propostas dos ambientalistas no programa de governo. Inclusive pautas bastante avançadas, como o desmatamento zero, que não era consenso nem entre nós, e a descarbonização da economia”, afirmou Andrea, numa referência à adoção de políticas para adoção de energia limpa e renovável. Outra chapa que tem a simpatia de ambientalistas é a de Guilherme Boulos (PSOL), mas neste caso o apoio se deve mais por sua vice, a indígena e ambientalista Sonia Guajajara. O problema é que, além de ela não estar na cabeça de chapa, a dupla teria poucas chances eleitorais, ao passo que Marina Silva lidera as pesquisas de intenção de voto, ao lado do deputado Jair Bolsonaro (PSL) nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, põe Marina e Sonia como as campanhas que trazem o ambientalismo para o debate eleitoral. “As temáticas socioambientais ainda não apareceram fortemente como deveriam. As que trazem um compromisso maior com isso são as candidaturas da Marina e a de Guajajara, como vice.” O distanciamento das pautas verdes do debate também foi sentido pelo ex-deputado Fábio Feldmann, um dos principais nomes da agenda política ambiental nas eleições anteriores. “Estou muito dividido mesmo entre Marina e (Geraldo) Alckmin”, disse ele ao Estado. Amigo pessoal do ex-governador de São Paulo e presidenciável tucano, Feldmann afirma que a aliança entre o tucano e o Centrão pode comprometer pautas de caráter ambientalista. “Há toda uma sinalização, o comentário do Geraldo sobre a lei dos pesticidas (o ex-governador elogiou o projeto, que chamou de ‘lei do remédio’), o licenciamento ambiental, que sempre que surge é na defensiva, sem discutir muito qual o melhor caminho. Mesmo a Marina, fala na defensiva: ‘eu licenciei tal, tal, tal”, disse ele. Em 2010, Feldmann deixou o PSDB para se filiar ao PV e concorrer ao governo de São Paulo para que Marina tivesse um palanque no Estado. Quatro anos depois, ajudou Aécio Neves (PSDB) em seu programa de governo à Presidência. Feldmann, porém, diz que isso só aconteceu porque, até então, Marina era vice de Eduardo Campos. Neste ano, ele teme que ambientalismo tenha virado um palavrão. “Estar associado ao ambientalismo está criando um desconforto”, disse. Um interlocutor afirmou que uma parte do movimento ambiental, mais identificada com a centro-esquerda, acabou se afastando de Marina em 2014 não por suas pautas ambientais – que mantém coerência ao longo dos anos –, mas por seu posicionamento sobre outros temas. Uma ecologista citou o fato de Marina ser evangélica e contra o aborto como um dos principais problemas, outro lembrou do apoio a Aécio Neves no segundo turno. Há ainda uma crítica ao fato de a Rede não ter formado uma bancada para se contrapor aos ruralistas no Congresso. A recente aliança com o PV, contudo, passou por negociação para criar um bloco de parlamentares no próximo ano.
Estadão
e agosto de 2018, 07:00
Debate entre candidatos ao governo surpreende, apesar de horário e duração
Foto: Raiane Veríssimo/Política Livre
Primeiro debate entre candidatos ao governo foi realizado ontem à noite na Band Bahia
Menos engessado do que o realizado pela mesma Bandeirantes com os presidenciáveis, na semana passada, o debate entre os candidatos a governador da Bahia, promovido ontem à noite, deu uma primeira oportunidade para quem o assistiu de conhecer um pouco melhor os postulantes. Foi favorecido pelo número menor de candidatos: seis. Ponto alto também para a regra que permitiu aos debatedores se questionarem mutuamente, oportunidade limitada por sorteio, mas ainda assim capaz de revelar mais dos candidatos do que eles certamente gostariam.
A surpresa da noite foi o candidato José Ronaldo, da coligação “Coragem para Mudar a Bahia” (DEM, PSDB, PSC, PTB, PRB, PV, PPL e Solidariedade), que mostrou que sabe falar e usar a palavra muito bem para confrontar um adversário, no caso o governador Rui Costa, da coligação “Mais Trabalho por Toda a Bahia” (PT, PSB, PSD, PP, PC do B, PR, PDT, PRP, PMB, PTC, PMN, Podemos, Avante e Pros), candidato à reeleição e favorito ao pleito, segundo as pesquisas, e, por este motivo, alvo preferencial das críticas e questionamentos durante uma parte do evento.
O governador foi dos que, visivelmente, se mostraram surpresos com a agressividade de Ronaldo. Mas não só com a dele. Sujeito natural da maioria dos questionamentos num dado momento do confronto, Rui revelou estar pouco afeito ao revide pronto e controlado, consequência provavelmente da pouca experiência que tem tido com embates diretos nestes mais de três anos e meio em que exerce o governo da Bahia. Deve ter percebido o quanto o poder, com o séquito de puxa-sacos que arregimenta e aparentemente protege, também fragiliza seu detentor ante a realidade e a disputa.
Com experiência vasta na vida pública, representada pelo exercício entre outros cargos do de ministro, João Santana, da coligação “Pra mudar de verdade” (MDB, DC), teve desempenho incapaz de o colocá-lo à frente do concorrente do DEM na corrida para ser o maior adversário do governador. Produziu uma frase interessante, ainda que não tenha parecido proposital, ao declarar, para firmar seu histórico de agente público íntegro, que “ninguém nunca me ofereceu um relógio”. Relógio…, relógio, relógio!? Mais oportuno para um debate entre os candidatos ao Senado.
O bem vindo fator entrópico, aquele que desorganiza o coreto, foi representado muito bem pelo candidato Marcos Mendes, da coligação “Vamos juntos sem medo de mudar a Bahia” (PSOL), tão veterano em debates quanto em disputas majoritárias. Portando sua submetralhadora giratória, disparou contra Rui, Ronaldo, ACM, avô e Neto, Michel Temer e até o presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, Leonardo Prates (DEM), que, do jeito que gosta de votos, devia estar correndo atrás deles em algum rincão do interior enquanto a bagaceira se desenrolava.
O representante do PSOL mostrou que estava ali mais para confundir do que esclarecer, mas ainda assim produziu duas boas frases de efeito: A “cinquenta tons de ACM” e a subsequente, a “cinquenta tons de Temer”, para dizer que todos, à exceção dele próprio, naturalmente, eram farinha do mesmo saco derramado, daquela encontrada na Cesta do Povo, cuja privatização lamentou. Em um dos confrontos com Rui, sapecou outros dois pensamentos supimpa: “Voce tem uma equipe carlista de frente”, disse, referindo-se aos principais aliados do governador, todos egressos do carlismo. Mas não parou por aí.
“Você defende um modelo hospitalicêntrico”, inventou, provavelmente provocando um rápido curto-circuito nos neurônios cansados da audiência que tinha conseguido acompanhar o embate até aquele momento, para criticar o fato de, ao falar sobre a saúde, o governador ter elencado as construções que fez no setor para a população. Por algum motivo, a candidata da coligação “Sustentabilidade pela Bahia” (Rede), Célia Sacramento, rendeu menos do que o esperado. Ficou uma arara com um questionamento sobre ter migrado da base de ACM Neto, de quem foi vice-prefeita, para a Rede, da pura e ilibada Marina Silva, a Santa.
Também não conseguiu dizer a Rui, pelo que se depreendeu, que Michel Temer, atacado várias vezes pelo governador, só virou presidente por ter sido escolhido vice de Dilma Rousseff pelo PT e Lula. Precisava de um ponto e teria um se fosse uma candidata rica. Quanto à passagem pela vice-prefeitura no governo de Neto, não escondeu a mágoa com o prefeito, que a preteriu em favor da escolha de Bruno Reis (DEM) para vice em seu segundo mandato: “já fui vice, apesar de o prefeito ter me dado o golpe”, afirmou, ao falar sobre onde, na sua carreira política, tudo começou.
O candidato João Henrique, da coligação Aleluia, irmão!, ou melhor, da “Bahia acima de tudo, Deus acima de Todos” (PRTB, PSL), pode mostrar mais uma vez como nasceu para o vídeo e as câmeras o acolhem. Com certeza, enrolaria todo mundo e entregaria para venda, não fosse já um grande conhecido do ilustríssimo eleitor. Foi um dos que se colocaram muito bem, menos pelo conteúdo do que pela forma. Com certeza, se Deus, estando acima de todos, passasse por cima da legislação e lhe desse mais tempo no horário eleitoral, ia causar algum estrago. Até Rui lhe deu trela.
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