Cármen diz que ‘instituições democráticas estão funcionando com deficiências’
Cármen Lúcia
A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, voltou a destacar a necessidade do bom funcionamento das instituições para o fortalecimento da democracia brasileira. Durante evento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), na manhã desta quinta-feira, 23, Cármen afirmou que as instituições são maiores e mais importantes do que seus integrantes. “O Judiciário tem cara e não é um desconhecido. O Ministério Público tem cara e não é um desconhecido. E não é a cara de cada um de nós. O Supremo Tribunal Federal é muito mais importante do que seus ministros. O Poder Judiciário é muito mais importante do que cada um dos seus juízes. E o Ministério Público é muito mais importante do que cada um de seus promotores e procuradores”, disse. A presidente da Suprema Corte brasileira participou da abertura do ‘Talk show sobre os 30 anos da Constituição: o Ministério Público na Constituinte’, em Brasília. O evento promove conversas entre os membros que participaram da elaboração e da inclusão do Ministério Público na Constituição Federal de 1988. “As instituições democráticas do Brasil estão funcionando. Estão funcionando com deficiências. Sempre haverá deficiências. Talvez as nossas, neste momento, sejam muito maiores e a sociedade brasileira esperasse que cada um de nós, especialmente nós, servidores públicos, já tivéssemos sido capazes de superar e oferecer um Brasil muito melhor”, disse Cármen Lúcia. Na avaliação da presidente do Supremo, apesar dos problemas que as instituições apresentam, o sistema de Justiça brasileiro está funcionando e tem dado respostas à sociedade. “Estamos fazendo isso. Com problemas, sim. Com a morosidade da Justiça ainda muito longe do que é a razoável duração do processo, sim. Mas estamos fazendo. Por mais que se critique o Poder Judiciário e o Ministério Público, talvez grande partes das críticas é porque estamos fazendo.” A ministra ressaltou ainda que não falta ao Ministério Público e ao Poder Judiciário coragem na execução de suas atribuições. “Não é nem um pouco fácil ser juiz, nem promotor ou procurador neste Brasil de hoje. E é bom que os brasileiros saibam disso, para continuar acreditando que o direito vale a pena”, afirmou. Presente no evento, a procuradora-geral da República e presidente do CNMP, Raquel Dodge, afirmou que é preciso hoje ter empatia para agir com sensibilidade sobre as causas dos problemas que a população brasileira enfrenta. “Temos de conhecer a realidade das pessoas que estão sob nossa jurisdição direta.”
Estadão
‘Trump pode ser politicamente incorreto, mas Bolsonaro vai além’, diz revista americana
Foto: Dida Sampaio / Estadão
Jair Bolsonaro
A revista norte-americana Time publicou na edição desta semana um perfil do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, líder das pesquisas eleitorais em cenários sem o nome do ex-presidente Lula Inácio Lula da Silva. De acordo com o periódico, o deputado fluminense cresceu na esteira da insatisfação popular no País. De acordo com a Time, o “atoleiro” político que o País mergulhou com os desdobramentos da Operação Lava Jato, que tirou as principais lideranças políticas do País da disputa direta pelo Planalto, e o “desespero” da população com as opções eleitorais são pontos que explicam o crescimento de Bolsonaro. A reportagem diz que esse sentimento de “raiva” agravado com a pior recessão econômica da história faz com que sete de cada 10 brasileiros não tenha confiança em nenhum partido político. “Isso permitiu que Bolsonaro assumisse “o manto de um homem forte de fora” que pode romper com as atuais forças políticas. A Time faz críticas as defesas revisionistas de Bolsonaro, que diz que o regime militar do Brasil não era uma ditadura e sugere que não houve censura à imprensa. Assim como relativiza as mortes por agentes públicos durante a ditadura. A reportagem, que entrevistou Bolsonaro, usa como exemplo a defesa do candidato do PSL ao ditador chileno Augusto Pinochet, que matou 2.279 adversários: “Fez o que tinha que ser feito”, diz Bolsonaro. “O Chile seguiu em frente. Tanto que Pinochet sempre foi respeitado lá. A reportagem mostra ainda que o defesa do endurecimento das políticas de Segurança Pública e a pauta conservadora de costume como um agenda de Bolsonaro que encontra ressonância entre boa parte dos eleitorado. “Bolsonaro é resistente a mudanças. Suas opiniões e suas táticas ultrajantes o sustentaram por mais de três décadas e agora o levam para o cargo mais alto do País. Junto com os retratos dos ex-generais, seus aposentos no Congresso são decorados com mobília militar. ‘Sou capitão do exército’, disse ele a jornalistas em 2017. ‘Minha especialidade é matar.’”, termina a reportagem da Time.
Estadão
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