O chefe da campanha presidencial de Donald Trump, Paul Manafort, foi considerado culpado por um tribunal americano por oito fraudes financeira, tributária e bancária cometidas entre 2010 e 2014. Manafort é peça-chave na investigação sobre a ingerência da Rússia na eleição de 2016, da qual Trump saiu-se vitorioso.
Manafort evadiu milhões de dólares para o exterior, como meio de driblar a tributação nos Estados Unidos, e mentiu insistentemente para diferentes bancos como meio de tomar empréstimos que, hoje, totalizam 20 milhões de dólares.
O veredito foi declarado pela Corte Distrital de Alexandria, no Estado de Virgínia. Outras dez acusações contra o ex-chefe da campanha de Trump foram anuladas, segundo o jornal The New York Times.
“Isso não me envolve. É uma coisa muito triste. Não tem nada a ver com o conluio sobre a Rússia”, afirmou Trump, referindo-se à investigação federal sobre a interferência de Moscou em favor de sua campanha eleitoral de 2016.
O caso da Rússia está em investigação pelo conselheiro especial Robert Muller, que igualmente se esforçou pela condenação de Manafort por essas oito fraudes. Segundo o jornal Washington Post, a condenação deverá “fortalecer a mão de Muller” na apuração da questão russa.
O veredito foi lido poucos minutos depois de o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, ter fechado um acordo de delação premiada com procuradores federais que investigam irregularidades financeiras na campanha do presidente. Cohen havia pago, a mando de Trump, mulheres com quem se relacionara para que mantivessem segredo.
Além de Manafort, outros cinco colaboradores diretos da campanha de Trump para a Casa Branca se consideraram culpados por diferentes crimes – especialmente os de mentir para investigadores e de fraudes – diante de tribunais nos Estados Unidos. Todos foram condenados.
A pena de Manafort ainda não foi anunciada pela corte de Alexandria. Segundo o jornal The Hill, especializado em cobertura política em Washington, ele está sujeito a uma pena total de 80 anos de prisão pelos oito crimes cometidos.
O chefe da campanha de Trump, no entanto, já está preso desde 15 de junho, quando a juíza federal Amy Berman Jackson considerou que ele á não poderia mais aguardar seu julgamento em liberdade – benefício pelo qual havia pago 10 milhões de dólares em fiança. A gota d´água foi a prova de que Manafort havia se valido de um telefone celular para falar inadequadamente e enviar mensagens a testemunhas de seu julgamento.
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