Delegados reclamam de interferência política na PF e cobram aprovação de PEC
Presidente de associação nacional, Edvandir Felix de Paiva diz ser importante que a Polícia Federal esteja protegida”
O presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Edvandir Felix de Paiva, reclamou, em entrevista à Rádio Metrópole, da interferência indireta na PF.
Os integrantes da corporação têm feito campanha para o Congresso aprovar a Proposta de Emenda à Constituição 412/2009, que assegura a autonomia ao órgão.
“[Não temos] total imunidade. A gente ainda tem a possibilidade de ter nosso orçamento cortado, contingenciado. Isso ocorre com muita frequência. Nossos cargos internos ainda passam por aprovação política do governo. Então, ainda é possível colocar um delegado ligado a algum setor partidário. A gente trabalha para que não ocorra. Quando tem algum risco, a gente coloca boca no mundo, mas a gente precisa disso na Constituição para que não dependa do governo da vez”, condenou.
Paiva afirmou ter “esperança” de que a próxima composição da Câmara e do Senado permita a aprovação da PEC. “É importante para o país. É importante que a Polícia Federal esteja protegida. É um órgão técnico”, frisou.
Diretor Regional da Associação de Delegados da PF na Bahia, Rony Silva endossou as críticas. “Você interfere na PF cortando dinheiro. Não fazendo concurso. Eu fiz um concurso em 2004, o outro foi em 2014. São 10 anos sem concurso em qualquer corporação. Isso significa limitar e reduzir a capacidade”, pontuou.
Nas próximas quinta (23) e sexta-feira (24), a associação promove em Salvador o 3° Simpósio Nacional de Combate à Corrupção. O evento terá como tema “30 anos da Constituição democrática: avanços e perspectivas no enfrentamento à corrupção”, no UCI Orient Shopping Barra
Entre os convidados, estão o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato na primeira instância.
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