Delcídio do Amaral será transferido para quartel da PM
Preso por tentar atrapalhar a Lava Jato, o senador vai deixar a carceragem da PF em Brasília
No início da semana, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra o senador e contra o banqueiro André Esteves, que recentemente deixou o controle do BTG Pactual. Eles são suspeitos de boicotar as investigações da Operação Lava Jato e agora foram formalmente acusados, ao lado do advogado Edson Ribeiro e do chefe de gabinete Diogo Ferreira, de embaraçar investigação de ação penal que envolve organização criminosa, que prevê até oito anos de prisão, e de terem praticado o crime de patrocínio infiel, cuja detenção pode chegar a três anos de reclusão. O Ministério Público também denunciou Delcídio, Edson Ribeiro e Diogo Ferreira pela prática de exploração de prestígio, cuja pena máxima chega a cinco anos de prisão.
Os indícios são de que os quatro atuaram para impedir um acordo de delação premiada do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso desde o início do ano por ordem do juiz Sergio Moro. A delação de Cerveró acabou ocorrendo, mas os indícios de que Delcídio está envolvido no escândalo do petrolão não se resumem às informações do novo delator. Nas investigações, o nome de Delcídio foi mencionado pelo delator Fernando Baiano, que afirmou à força-tarefa da Lava Jato que o líder do governo teria recebido até 1,5 milhão de dólares em propina na negociação da refinaria de Pasadena, no Texas. O dinheiro sujo teria sido utilizado na campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006.
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