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Temer versus Renan: 'PMDB não tem dono nem coronéis', rebate vice

Vice-presidente respondeu a afirmações do presidente do Senado, que classificou como 'um horror' resolução da Executiva que barrou manobra do Planalto

O vice-presidente Michel Temer
O vice-presidente Michel Temer(AFP)
O presidente do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, não deixou passar em branco e rebateu rapidamente as críticas do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que classificou nesta quarta-feira como um "horror" e um "retrocesso democrático" a resolução aprovada nesta manhã pela Executiva Nacional. Em uma retaliação ao Planalto, que trabalhava para resgatar o governista Leonardo Picciani (PMDB-RJ) ao posto de líder na Câmara, Temer articulou uma nova regra que determina que todas as filiações de deputados terão de passar pelo aval do comando da sigla. O governo tentava convencer deputados de outros partidos a migrarem ao PMDB e conseguirem aumentar o quórum de apoio a Picciani.
Renan disse que Temer tem, como presidente do partido, culpa neste processo que aumentará a divisão da bancada. "É correta a afirmação de que o PMDB não tem dono. Nem coronéis. Por isso, suas decisões são baseadas no voto. O resultado apurado na reunião de hoje da Executiva foi de 15 votos a favor da resolução e dois contrários, resultado revelador de ampla maioria. Decisão, portanto, democrática e legítima", afirmou o vice-presidente, em nota.
Michel Temer destacou que a Comissão da Executiva Nacional do partido é o órgão colegiado com plena competência para tomar decisões que preservem o "partido de manobras e artimanhas que quebrem artificialmente a vontade expressa legitimamente pelas suas instâncias internas".
"Neste momento, os disputantes da Liderança na Câmara dos Deputados buscavam filiar deputados transitórios apenas para assinarem lista de apoio. Isto fragilizaria o PMDB. Por isso, a decisão da Executiva de evitar tais procedimentos", disse Temer, referindo-se à disputa entre o atual líder, Leonardo Quintão (MG), e o destituído, Leonardo Picciani (RJ).
Assim como o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o presidente do PMDB articulou a derrubada de Picciani do cargo. O ex-líder dos peemedebistas havia indicado somente deputados pró-governo na comissão especial da Câmara que discutiria o impeachment.
Contudo, uma ação de bastidores de Cunha e Temer levou à aprovação de uma chapa avulsa com deputados mais favoráveis ao impedimento de Dilma e também para retirar Picciani da liderança. Na nota, Temer rebateu a ironia feita por Renan de que o ex-presidente da Câmara Ulysses Guimarães (PMDB) estaria tremendo na cova pela decisão de submeter novas filiações à cúpula do partido.
"O deputado Ulysses Guimarães foi a maior liderança do PMDB. Qualquer jovem peemedebista sabe que seu desaparecimento se deu em um acidente em Angra dos Reis, em 1992. Seu corpo repousa no fundo do mar e devemos manter o respeito à sua história e sua memória, sem evocar seu nome em discussões que em nada enobrecem seu exemplo de retidão, honestidade e decência para todo o PMDB", cutucou.

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