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Alvo da Lava Jato, Renan diz que ninguém fala por ele

Presidente do Senado não quis comentar pedido da PGR de busca e apreensão em sua residência oficial

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conduz sessão deliberativa extraordinária que decide sobre a manutenção da prisão do senador Delcídio Amaral (PT- MS), no Senado Federal, em Brasília, nesta quarta-feira (25)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (Agência Brasil)
No dia em que todas as atenções do Congresso se voltam para o mais recente desdobramento da Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), falou nesta terça-feira sobre os episódios pelos quais é investigado no escândalo do petrolão e disse que nunca autorizou que alguém falasse em seu nome. Ele também afirmou que já prestou esclarecimentos sobre o propinoduto na Petrobras. O peemedebista, alvo de inquéritos na Lava Jato, não quis comentar o pedido do procurador-geral da República Rodrigo Janot de busca e apreensão em sua residência oficial - o pedido foi rejeitado pelo ministro Teori Zavascki.
"Não tenho absolutamente nenhuma informação [sobre o pedido de busca na residência oficial]. Já prestei todas as informações que me foram pedidas. Coloquei qualquer coisa à disposição e nunca consenti nem consentiria, nem permiti nem permitiria que alguém, em qualquer circunstância e em qualquer lugar, falasse em meu nome", disse.
Na Operação Catilinárias, deflagrada hoje, policiais cumpriram 53 mandados de busca e apreensão, incluindo no PMDB em Alagoas e na casa do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), apontado pelos investigadores como o preposto de Renan na negociação de propina. Também foi alvo de busca o ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, aliado do senador. Teori não autorizou as buscas na casa de Calheiros.
Suspeitas - Em um dos casos que motivou a abertura de investigação contra o presidente do Senado no Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa informou às autoridades que Renan recebia dinheiro de empreiteiras contratadas pela estatal, realizava as negociatas em sua própria casa e recolhia propina da Transpetro, subsidiária da Petrobras. Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-diretor da Petrobras disse ter sido apadrinhado na Petrobras pelo PP e pelo PMDB e afirmou ter se reunido na casa do senador Romero Jucá (PMDB-RR), na casa Calheiros e também com o deputado Aníbal Gomes para discutir propina.
Apontado pelos investigadores da Operação Lava Jato como emissário do presidente do Senado no esquema do petrolão, o deputado Aníbal Gomes reclamava com o lobista Fernando Baiano que propinas de contratos da Petrobras não estavam sendo repassadas a políticos do partido, que se sentiam "enrolados" por não receber o dinheiro. O relato foi feito pelo próprio delator. Sem especificar a data, Baiano disse ao juiz Sergio Moro que foi cobrado publicamente pelo parlamentar sobre as propinas devidas a políticos do PMDB. "Em determinado momento, (...) o Aníbal veio me cobrando 'ah, porque estava demorando muito para ter os repasses, que eles estavam sendo enrolados'", relatou. Segundo o delator, o deputado foi explícito e disse: "A gente sabe que está tendo contratos da Petrobras e a gente não está tendo acesso aos repasses relativos a esses contratos".
Nos autos da Lava Jato, Fernando Baiano também admitiu que repassou propina a integrantes do PMDB durante a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, e de contratos de sondas. "[Baiano] realizou apenas alguns repasses pontuais envolvendo o PMDB, dentre eles o relacionado a Eduardo Cunha e a Renan Calheiros, quanto a este sempre por meio de Jorge Luz", disse. Luz é uma espécie de lobista histórico da Petrobrás.

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