Delcídio recebeu US$ 10 milhões de propina da Alstom, diz Cerveró
Suborno teria sido pago na negociação de turbinas que seriam instaladas na TermoRio; depoimento foi dado no âmbito da delação premiada do ex-diretor da Petrobras
O pagamento do suborno aconteceu na negociação da compra de turbinas para uma termoelétrica que seria instalada no Rio de Janeiro. O custo de construção da TermoRio era avaliado em 550 milhões de dólares e a Petrobras tinha pressa em tirá-la do papel por causa do apagão ocorrido entre 2001 e 2002. Inaugurada em 2006, a TermoRio é a maior termoelétrica do país.
O suborno de 10 milhões de dólares teria sido intermediado pelo lobista Afonso Pinto Guimarães, representante da Alstom no Rio, segundo o relato de Cerveró. O nome do lobista aparece em um documento apreendido pela PF no escritório do chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, que também está preso. O papel traz as seguintes frases: "Nestor, Moreira, Afonso Pinto" e "Guimarães Operador Alstom BR pago p/ Delcídio".
A menção sobre o suborno da Alstom faz parte dos anexos da delação do ex-dirigente. Ao todo, Cerveró listou 36 casos diferentes de pagamento de propina. Ele também confirmou que recebeu suborno da multinacional e fez um acordo com procuradores suíços para relatar o caso. O valor que ele ganhou, no entanto, está em sigilo.
A Alstom também está no centro de investigações que apuram o pagamento de propina na obtenção de contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no Estado de São Paulo.
Delcídio, ex-líder do governo Dilma no Senado, foi preso no dia 25 de novembro acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato, ao oferecer dinheiro à família de Cerveró em troca do seu silêncio. Em áudio gravado pelo filho do ex-diretor da petroleira, Bernardo Cerveró, Delcídio aparece planejando a fuga do ex-diretor do país.
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