Napolitano indica esquerdista moderado para primeiro-ministro da Itália
Enrico Letta discutirá com PD se aceita nomeação, que tem de ser aprovada no Parlamento
ROMA - O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, indicou nesta
quarta-feira, 24, o vice-líder do Partido Democrático (PD), Enrico Letta, para
ser primeiro-ministro do país. A medida tem como objetivo pôr fim a dois meses
de impasse político na terceira maior economia da zona do euro. Letta aceitou
"com reservas" a nomeação. Ele deve se reunir com seu partido e dar uma resposta
definitiva a Napolitano.
A nomeação tem o respaldo do partido do primeiro-ministro interino, o
tecnocrata Mario Monti, e do Povo da Liberdade (PDL), do ex-premiê Silvio
Berlusconi. Um voto de confiança deve ser organizado até o fim da semana para
confirmar Letta à frente do Executivo italiano.
O fim da crise começou a se delinear no último fim de semana, quando Napolitano, de 87 anos, foi reeleito pelo Parlamento, num fato inédito na República Italiana. No seu discurso de posse, ontem, Napolitano chegou a se emocionar ao pedir que os políticos tivessem mais responsabilidade para pôr um fim ao impasse. Letta, um ex-democrata-cristão, considerado parte da ala direitista do Partido Democrático- deve compor um ministério misto entre políticos e tecnocratas.
Na eleição parlamentar de fevereiro, quando o PD fez a maior bancada na Câmara, mas não conseguiu maioria no Senado. Desde então, o partido centro-esquerdista era incapaz de costurar uma aliança com rivais.
Desafio. Ao aceitar a indicação, Letta se disse surpreso, e salientou que o país enfrenta uma situação "difícil e frágil". Segundo ele, o país precisa dar respostas ao desemprego, à pobreza e às dificuldades enfrentadas pelas pequenas empresas. Criticou ainda as autoridades europeias por darem excessiva importância à austeridade fiscal, e não ao crescimento.
"Recebi a incumbência e aceito com reservas. Minha surpresa esta manhã foi receber uma ligação telefônica de Napolitano e em igual medida foi o sentido de profunda responsabilidade que esta incumbência faz sentir sobre meus ombros. A situação é muito difícil, frágil", disse o político do PD. "Todos sabem que esta situação não pode durar. Nesse sentido, aceitei o convite, responsabilidade que sinto mais forte e pesada que a capacidade dos meus ombros têm para aguentar."
Para Napolitano, a nomeação é uma rara oportunidade de consenso na conturbada política italiana. "Se abriu o caminho em direção à formação do governo, do qual o país tem necessidade e após uma espera longa demais. Essa é a única perspectiva possível: uma ampla convergência entre as forças políticas que possa assegurar a maioria em ambas as Câmaras", afirmou Napolitano. "É essencial que se estabeleça um clima de máximo respeito recíproco entre as forças políticas que se comprometam a colaborar na formação do governo. Confio que todos vão cooperar e que não se alimentem velhas tensões."
Letta tem 46 anos e, se confirmado, será o segundo premiê mais jovem da história italiana. O fato de ser solidamente favorável à associação com a União Europeia deve ser bem recebido pelos mercados e por governos estrangeiros. Nos últimos dias, a perspectiva de solução da crise já vinha animando os mercados. Na quarta-feira, os juros da dívida pública italiana caíram ao seu menor nível desde o início da união monetária europeia, em 1999.
Letta diz 'aceitar com ressalvas' a
indicação
O fim da crise começou a se delinear no último fim de semana, quando Napolitano, de 87 anos, foi reeleito pelo Parlamento, num fato inédito na República Italiana. No seu discurso de posse, ontem, Napolitano chegou a se emocionar ao pedir que os políticos tivessem mais responsabilidade para pôr um fim ao impasse. Letta, um ex-democrata-cristão, considerado parte da ala direitista do Partido Democrático- deve compor um ministério misto entre políticos e tecnocratas.
Na eleição parlamentar de fevereiro, quando o PD fez a maior bancada na Câmara, mas não conseguiu maioria no Senado. Desde então, o partido centro-esquerdista era incapaz de costurar uma aliança com rivais.
Desafio. Ao aceitar a indicação, Letta se disse surpreso, e salientou que o país enfrenta uma situação "difícil e frágil". Segundo ele, o país precisa dar respostas ao desemprego, à pobreza e às dificuldades enfrentadas pelas pequenas empresas. Criticou ainda as autoridades europeias por darem excessiva importância à austeridade fiscal, e não ao crescimento.
"Recebi a incumbência e aceito com reservas. Minha surpresa esta manhã foi receber uma ligação telefônica de Napolitano e em igual medida foi o sentido de profunda responsabilidade que esta incumbência faz sentir sobre meus ombros. A situação é muito difícil, frágil", disse o político do PD. "Todos sabem que esta situação não pode durar. Nesse sentido, aceitei o convite, responsabilidade que sinto mais forte e pesada que a capacidade dos meus ombros têm para aguentar."
Para Napolitano, a nomeação é uma rara oportunidade de consenso na conturbada política italiana. "Se abriu o caminho em direção à formação do governo, do qual o país tem necessidade e após uma espera longa demais. Essa é a única perspectiva possível: uma ampla convergência entre as forças políticas que possa assegurar a maioria em ambas as Câmaras", afirmou Napolitano. "É essencial que se estabeleça um clima de máximo respeito recíproco entre as forças políticas que se comprometam a colaborar na formação do governo. Confio que todos vão cooperar e que não se alimentem velhas tensões."
Letta tem 46 anos e, se confirmado, será o segundo premiê mais jovem da história italiana. O fato de ser solidamente favorável à associação com a União Europeia deve ser bem recebido pelos mercados e por governos estrangeiros. Nos últimos dias, a perspectiva de solução da crise já vinha animando os mercados. Na quarta-feira, os juros da dívida pública italiana caíram ao seu menor nível desde o início da união monetária europeia, em 1999.
Comentários
Postar um comentário