CIA entregou milhões de dólares a gabinete presidencial afegão, diz NYT
'Dinheiro fantasma' serviria para comprar influência, mas alimentou corrupção no país
Dezenas de milhões de dólares foram entregues em dinheiro vivo pela CIA em
maletas, mochilas e sacos plásticos ao gabinete do presidente do Afeganistão,
Hamid Karzai, por mais de uma década, disse nesta segunda-feira, 29, o jornal
The New York Times.
O chamado "dinheiro fantasma" serviria para comprar influência para a Agência
Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês), mas acabou
alimentando a corrupção e fortalecendo líderes guerrilheiros, o que abalou a
estratégia americana para deixar o Afeganistão, segundo fontes americanas
ouvidas pelo jornal. "A maior fonte de corrupção no Afeganistão foram os Estados
Unidos", disse um funcionário do governo americano.
A CIA não quis comentar a reportagem, e o Departamento de Estado dos EUA não se pronunciou de imediato. "Chamamos isso de 'dinheiro fantasma'", disse Khalil Roman, que foi chefe de gabinete de Karzai entre 2002 e 2005. "Ele chegava em segredo e saía em segredo."
Não há indícios de que Karzai tenha recebido o dinheiro diretamente, segundo relato de funcionários afegãos ao jornal. A verba era administrada pelo seu Conselho de Segurança Nacional, acrescentou o NYT.
Em resposta à reportagem, Karzai disse a jornalistas em Helsinque, depois de uma reunião com líderes finlandeses, que o Conselho de Segurança Nacional do Afeganistão há dez anos recebe ajuda financeira dos EUA. As quantias, segundo ele, "não eram grandes", e eram usadas para vários propósitos, como auxílio a feridos.
"É uma assistência com vários propósito", afirmou ele, sem comentar as alegações de que o dinheiro teria alimentado a corrupção ou fortalecido guerrilhas.
Em Cabul, Janan Mosazai, porta-voz da chancelaria, disse a jornalistas que não há provas ou indícios sobre as alegações. Durante mais de uma década, o dinheiro era deixado mais ou menos todos os meses no gabinete presidencial afegão, segundo o Times. A distribuição de verbas é um procedimento padrão da CIA no Afeganistão desde o início da guerra.
Os pagamentos aparentemente não estavam sujeitos à supervisão e às restrições impostas à ajuda oficial dos EUA ou aos programas formais de assistência da CIA, como o financiamento de agências afegãs de inteligência. No entanto, essa operação aparentemente não violava leis norte-americanas, segundo o jornal.
Fontes oficiais norte-americanas e afegãs familiarizadas com os pagamentos disseram que o principal objetivo da verba era manter acesso a Karzai e ao seu círculo íntimo, e garantir a influência da CIA no palácio presidencial, que tem enorme poder no centralizado sistema de governo do Afeganistão
Karzai disse que dinheiro tinha 'vários
propósitos'
A CIA não quis comentar a reportagem, e o Departamento de Estado dos EUA não se pronunciou de imediato. "Chamamos isso de 'dinheiro fantasma'", disse Khalil Roman, que foi chefe de gabinete de Karzai entre 2002 e 2005. "Ele chegava em segredo e saía em segredo."
Não há indícios de que Karzai tenha recebido o dinheiro diretamente, segundo relato de funcionários afegãos ao jornal. A verba era administrada pelo seu Conselho de Segurança Nacional, acrescentou o NYT.
Em resposta à reportagem, Karzai disse a jornalistas em Helsinque, depois de uma reunião com líderes finlandeses, que o Conselho de Segurança Nacional do Afeganistão há dez anos recebe ajuda financeira dos EUA. As quantias, segundo ele, "não eram grandes", e eram usadas para vários propósitos, como auxílio a feridos.
"É uma assistência com vários propósito", afirmou ele, sem comentar as alegações de que o dinheiro teria alimentado a corrupção ou fortalecido guerrilhas.
Em Cabul, Janan Mosazai, porta-voz da chancelaria, disse a jornalistas que não há provas ou indícios sobre as alegações. Durante mais de uma década, o dinheiro era deixado mais ou menos todos os meses no gabinete presidencial afegão, segundo o Times. A distribuição de verbas é um procedimento padrão da CIA no Afeganistão desde o início da guerra.
Os pagamentos aparentemente não estavam sujeitos à supervisão e às restrições impostas à ajuda oficial dos EUA ou aos programas formais de assistência da CIA, como o financiamento de agências afegãs de inteligência. No entanto, essa operação aparentemente não violava leis norte-americanas, segundo o jornal.
Fontes oficiais norte-americanas e afegãs familiarizadas com os pagamentos disseram que o principal objetivo da verba era manter acesso a Karzai e ao seu círculo íntimo, e garantir a influência da CIA no palácio presidencial, que tem enorme poder no centralizado sistema de governo do Afeganistão
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