Pular para o conteúdo principal

Ex-camelô fatura R$ 500 mil com bijuteria que custa menos de R$ 1


Há dez anos na região da Rua 25 de Março, em São Paulo, loja vende anéis, brincos e correntes a partir de R$ 0,50
Mauro Souza ensina que o comerciante deve negociar mais na compra do que na venda
O empresário Mauro Souza gosta de dizer que conquistou seus objetivos profissionais com suor e muito preço baixo. Dono de uma loja de bijuterias há dez anos na região da Rua 25 de Março, em São Paulo, ele administra um faturamento mensal de R$ 500 mil – obtido com a venda de anéis, brincos e correntes a partir de R$ 0,50.

::: Estadão PME nas redes sociais :::
:: Twitter ::
:: Facebook ::
:: Google + ::

“Acontece que minha loja é meio atípica. Ela já é conhecida como uma loja que tem preço bom”, conta Souza, que celebra com movimentação e giro alto os resultados da fama de barateiro que já se espalhou pela região. “Enquanto o movimento da vizinhança está meio parado, a minha loja mantém o fluxo de clientes necessário para os custos mensais. Quando o movimento está bom nas outras lojas aqui do lado, aí a minha fica excelente”, orgulha-se o empreendedor.
Souza nunca fez sequer um curso de gestão e não conhece as técnicas de precificação desenvolvidas pelo mercado. Ele diz que aprendeu o que sabe porque foi, durante dois anos, vendedor ambulante na mesma região – principal ponto do varejo popular paulistano. A regra sempre foi a mesma: ficar de olho na concorrência, negociar com firmeza com os distribuidores e espremer as margens para entregar o produto mais em conta.
“A maior vantagem que um comerciante tem é na negociação, é onde você realmente ganha. Você tem de brigar mais na compra do que na venda. Se não fizer uma boa compra, não vai ter um bom preço final”, ensina o empresário. Souza diz receber caravanas de Minas Gerais, do Sul, da Bahia e até de Manaus para comprar em sua loja no atacado. “Em média, as pessoas gastam uns R$ 15, R$ 20. Mas quando vem gente para comprar no atacado, vendo até R$ 4 mil, o que dá muito produto mesmo”, analisa.
Com 70 funcionários, Souza trabalha com margens brutas de 50% a 60%. Parte dos produtos ele traz da China. Outros, principalmente itens mais elaborados, são nacionais. Souza ainda destaca a importância da adoção de estratégias eficazes. “A pessoa tem de saber administrar, não é só vender. Se não souber administrar os gastos e os custos, impostos, funcionários, o aluguel, que é alto, ele não consegue segurar.”
O discurso do pequeno comerciante é exatamente igual ao de Caito Maia, fundador da marca Chilli Beans, com 560 lojas e faturamento de R$ 380 milhões em 2012. Para ele, o empresário nacional erra mesmo é no foco. “Tem uma confusão nessa história de precificar. É muito fácil colocar a culpa nos impostos, na inflação, no dólar, aumentar os preços e fazer o consumidor pagar a conta. Sinceramente, quando eu olho para o futuro do varejo, eu não acredito que o preço vai ser o lance. O segredo é o volume de vendas”, revela Caito.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular